Jurista Carlos Moreira é o novo diretor da cadeia de Vale de Judeus

Agência Lusa , DCT
19 set, 17:47
Estabelecimento prisional (Lusa/Tiago Petinga)

Carlos Moreira inicia funções a 23 de setembro

O jurista Carlos Moreira é o novo diretor do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, cadeia de onde no passado dia 07 se evadiram cinco reclusos através de um muro e que continuam a monte.

O Ministério da Justiça anunciou hoje que Carlos Moreira, licenciado em Direito e mestre em Direito e Segurança, foi nomeado pela secretária de Estado Adjunta e da Justiça e inicia funções a 23 de setembro, transitando da direção do Estabelecimento Prisional da Carregueira, Sintra.

Fonte do Ministério da Justiça disse à agência Lusa que sobe a diretora da Carregueira a atual sub-diretora, Joana Rodrigues, e que o despacho de nomeação “está pronto" e “que será publicado para a semana”.

Segundo a mesma fonte, Joana Rodrigues “vai manter a linha de funcionamento e de estabilidade” da cadeia da Carregueira.

Uma nota do Ministério da Justiça sobre a nomeação de Carlos Moreira refere que desempenhava as funções de diretor da Carregueira desde 2022, “tem larga experiência na direção de estabelecimentos prisionais” e é “um jurista experiente na gestão e liderança de estabelecimentos prisionais”.

O Ministério indica que a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, deu acolhimento nesta nomeação aos fundamentos contidos na proposta da diretora-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, em substituição após a demissão do cargo de Rui Abrunhosa Gonçalves, na sequência da fuga dos reclusos de Vale de Judeus.

Antes das funções na Carregueira, Carlos Moreira dirigiu o Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó, Pinheiro da Cruz e Olhão.

Carlos Moreira desempenhou ainda funções na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e de jurista nos EP de Caixas e Linhó, sendo esta nomeação por um período de três anos, renováveis, até ao máximo de três.

O novo diretor da prisão de Vale de Judeus, que entre 2000 e 2003 desempenhou as funções de guarda prisional nas cadeias de Alcoentre e de Torres Novas, licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa no ano letivo de 2007/2008, tirou uma pós-graduação em Direito e Segurança na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa em 2011e outra em Gestão Pública no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) em 2020.

É também mestre em Direito e Segurança pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa desde 2016.

Cinco reclusos fugiram a 07 de setembro do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

A ministra da Justiça só falou publicamente da fuga três dias depois para afirmar que resultou “de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras e inaceitáveis”.

Com base no relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rita Alarcão Júdice explicou que a fuga dos reclusos “demorou seis minutos” e só foi detetada cerca de uma hora depois.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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