Moedas diz que os lisboetas quiseram "mais moedas" e pede "responsabilidade" à oposição

13 out, 01:53
Carlos Moedas (Lusa)

Reeleito autarca da capital sublinhou que habitação e segurança vão ser os alicerces do seu segundo mandato. A meio do discurso, Montenegro falou para as televisões

Coberto de confettis e entre aplausos, Carlos Moedas reivindicou a vitória, sublinhando que os “lisboetas, no fundo, querem mais Moedas”. O reeleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa prometeu que, agora com oito vereadores, conseguirá “fazer aquilo que sonhámos e que, por razões de governabilidade, não conseguimos fazer mais”. 

À oposição, que será encabeçada na Câmara pelo Chega e pela CDU, Carlos Moedas fez um pedido claro: “deixem governar”, “deem a estabilidade governativa que uma cidade como Lisboa exige”. 

“Os lisboetas não querem instabilidade”, afirmou. “Os lisboetas querem estabilidade na pluralidade que é esta cidade”, acrescentou, apontando para a necessidade de “um esforço de diálogo, de compromisso e de moderação”. 

Carlos Moedas foi reeleito presidente da Câmara com mais 30 mil votos do que há quatro anos, mas ainda assim sem a maioria absoluta pedida por Luís Montenegro quando, na passada quinta-feira, o primeiro-ministro se juntou à campanha do autarca. 

Entre as prioridades para este segundo mandato, Carlos Moedas vincou a vontade de trazer “mais habitação e mais segurança” à cidade, mas também de fazer com que os jovens regressem aos bairros históricos de Lisboa. 

Já falava Carlos Moedas há longos minutos quando o autarca da capital — e, por isso mesmo, um dos maiores vencedores desta noite autárquica nacional — é interrompido nas televisões. Ou divide o protagonismo. Por norma, estas interrupções televisivas ocorrem por parte dos adversários. Esta noite não. Era Luís Montenegro quem falava no Porto, ladeado por Pedro Duarte.

“Tinha um poder socialista muito enraizado, com uma maioria fortíssima na câmara, com a gestão de todas as freguesias. E foi, de facto, absolutamente notável o esforço que fez”, avançava o primeiro-ministro. Falaria de Moedas em 2021? “O esforço que fez de reconquistar a confiança dos gaienses.” Gaienses? Falava de Luís Filipe Menezes, Montenegro.

E prometia: “Vou-lhe dar um abraço de gratidão, reconhecimento e esperança. E depois vou até Espinho onde obtivemos também uma vitória absolutamente fantástica.” Para Moedas, que interrompeu, nem uma palavra agora. Mas teve uma para Pedro Duarte, diante das câmaras: “Pedro, um abração e bom trabalho.” E, “com a vossa licença”, saiu de cena, voltando a cena a Moedas — que continuava a discursar. Agora sozinho.

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