Coordenador-geral do serviço de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa demite-se

CNN Portugal , AM com Lusa - notícia atualizada às 13:20
21 ago, 12:20
Maternidade Alfredo da Costa só tem um anestesista para turno da noite

Carlos Marques continuará a exercer funções como especialista

O coordenador-geral do serviço de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, apresentou a demissão esta quarta-feira, avançou a Rádio Renascença e confirmou a CNN Portugal.

"O Conselho de Administração da ULS São José confirma que foi apresentado um pedido de demissão de Carlos Marques do cargo de responsável da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da ULS São José-Maternidade Alfredo da Costa, que foi aceite. O CA agradece o trabalho desenvolvido por Carlos Marques nas funções de responsável da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia e informa que o mesmo continuará a exercer funções como especialista nos quadros da maternidade", informou o hospital em comunicado.

Segundo a Renascença, à presidente da unidade local de Saúde de São José, Carlos Marques justificou a decisão com a elevada sobrecarga de trabalho.

Questionada pelos jornalistas durante a inauguração de unidades de saúde no concelho de Tondela, a ministra da Saúde escusou-se a comentar a demissão, remetendo explicações para a presidente da ULS de São José.

Na semana passada, Rosa Valente de Matos tinha alertado que o "grande esforço" que os profissionais da MAC estavam a fazer não seria possível manter por muito mais tempo, lembrando que só no dia 12 - quando encerraram cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia - a maternidade tinha realizado 25 partos, o número mais alto desde 2013, ano em que num dia de janeiro se registaram 22 partos.

“Desde 2013, ano em que houve a integração da MAC no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, que não se fazia tantos partos”, disse na altura a responsável, em declarações à Lusa, enaltecendo “o grande esforço” de uma equipa que “tem alterado as suas férias, o seu período de descanso, para poder responder, neste momento, às necessidades” do país e da zona de Lisboa.

A responsável pediu ainda à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde uma maior articulação a nível entre hospitais tendo em conta os encerramentos rotativos nas urgências destas especialidades, lembrado que a "capacidade da MAC também é um bocadinho limitada”.

A MAC tem registado uma média semanal de 442 atendimentos na urgência em agosto, acima da média de julho (320), e uma média de 13 partos por dia, 15 ao fim de semana (11 partos, em média, no mês homólogo de 2023).

Recorde-se que o encerramento de várias urgências obstétricas tem vindo a sobrecarregar os serviços de vários hospitais, como é o caso da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), que no dia 14 de agosto bateu o recorde de partos num só dia: foram realizados 25 partos – o número mais elevado desde 2013.

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