Puigdemont regressou à Bélgica depois de conseguir evitar detenção em Espanha

CNN Portugal , BCE
9 ago, 08:40
Carles Puigdemont  dicursa no regresso a Barcelona, Catalunha (AP)

O independentista passou quase três dias em Espanha sem ter sido detido

Carles Puigdemont regressou à Bélgica depois de fazer um breve discurso em Barcelona, perante centenas de manifestantes que aguardavam o seu regresso a Espanha, quase sete anos depois da sua fuga do país.

A informação é avançada pelo secretário-geral do partido de Puigdemont, Jordi Turull, que adianta à rádio catalã RAC1 que o ex-presidente do governo regional da Catalunha já estava em Barcelona na terça-feira para participar, na quinta-feira, na sessão parlamentar que aprovou a investidura do socialista Salvador Illa como novo presidente do governo regional.

Ainda assim, a polícia catalã acredita que Puigdemont ainda pode estar em território espanhol. "Não acreditamos no que os políticos disseram sobre ele sair de Espanha", disse o chefe da polícia regional, Eduard Sallent, citado pela Reuters, afirmando que a polícia vai continuar à procura do indepentendista.

Eduard Sallent admitiu que na quinta-feira, não conseguiram prender Puigdemont "por mais que tentassem" e denunciou uma "verdadeira campanha de desinformação" por parte da comitiva do ex-presidente do governo da Catalunha sobre o seu regresso a Espanha.

De acordo com o responsável da polícia, os Mossos d'Esquadra acreditaram no que Puigdemont e a sua comitiva estavam a anunciar há dias sobre as suas intenções de assistir à sessão plenária de investidura do novo presidente da Catalunha. "É alguém que foi presidente da Generalitat, não é um Jodorovich ou uma pessoa que se dedica ao crime organizado", disse.

Sallent, que insistiu em negar qualquer tipo de negociação com Puigdemont e a sua comitiva para aceitar a sua detenção, também acusou os dois elementos da polícia da Catalunha que foram detidos por terem ajudado o líder independentista a regressar a Barcelona e a fugir novamente, o que considerou "repreensível, inaceitável e uma afronta" àquele corpo de polícia.

"Não merecem vestir o nosso uniforme", disse, assegurando que os Mossos d'Esquadra não aceitam ser uma "polícia patriótica".

Puigdemont, alvo de um mandado de detenção em território espanhol, esteve esta quinta-feira nas ruas de Barcelona, num momento seguido por milhares de pessoas no local e transmitido pelas televisões, sem ter sido abordado pela polícia ou detido, apesar de ter sido montada toda uma operação para o deter, com estradas cortadas e controlo de todos os veículos que se dirigiam à fronteira francesa.

O secretário-geral do Junts admite ainda repensar o apoio parlamentar do partido ao governo central em Madrid, uma vez que a situação na Catalunha "mudou muito", destacando a investidura do socialista Salvador Illa como novo presidente do governo regional - ele que é contra a independência da região - e problemas relacionados com a lei da amnista para separatistas da região.

O ex-presidente da Catalunha tinha dito quarta-feira que pretendia participar na quinta-feira na sessão parlamentar de investidura de Salvador Illa. Num vídeo que divulgou nas redes sociais, admitiu que arriscava ser detido com este regresso a Espanha e considerou que a sua detenção seria "arbitrária e ilegal", por estar já em vigor a lei de amnistia para separatistas da região. Recorde-se que o Tribunal Supremo espanhol recusou, num primeiro parecer, aplicar a amnistia a Puigdemont, que apresentou recurso desta decisão e aguarda uma resposta.

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