Secretária de Estado da Agricultura demite-se

CNN Portugal , DCT
5 jan 2023, 19:58

Carla Alves pediu a demissão pouco depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter afirmado que a governante era "um peso negativo" para o Governo

A secretária de Estado da Agricultura demitiu-se nesta quinta-feira. Carla Alves esteve apenas 25 horas e 54 minutos no cargo.

“A Secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou esta tarde a sua demissão por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo. A demissão foi prontamente aceite”, lê-se no comunicado enviado à imprensa pelo gabinete da Ministra da Agricultura e da Alimentação.

A demissão de Carla Alves acontece horas depois de ter sido noticiado que tem arrestadas contas bancárias que partilha com o marido, Américo Pereira, ex-presidente da Câmara de Vinhais, que foi acusado pelo Ministério Público de crimes de corrupção, participação económica em negócio e prevaricação, num alegado esquema relacionado com a venda de terrenos do seminário. 

Esta tarde, e depois do debate da moção de censura ao Governo em que Carla Alves foi um dos temas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que a ex-secretária de Estado da Agricultura era "um peso político negativo".

Além do arresto das contas bancárias, a Polícia Judiciária terá ainda detetado, na esfera do casal, valores que são incompatíveis com os rendimentos declarados: entre 2013 e 2020 terão entrado nas contas de Carla Alves e Américo Pereira 700 mil euros que não estão justificados, o que pode indiciar eventuais práticas de fraude fiscal.

Carla Alves Pereira, natural de Bragança, tem 52 anos e é licenciada em Engenharia Zootécnica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Antes de ser nomeada secretária de Estado da Agricultura, substituindo Rui Martinho, que deixa o cargo por motivos de saúde, era diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, cargo que ocupou desde dezembro de 2018. Antes, foi diretora do  Parque Biológico de Vinhais.

Esta é a 11.º saída por motivos políticos no executivo de António Costa que tomou posse em março de 2022.

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