Foi deixada uma réplica no lugar onde estava a original
Uma das fotografias mais icónicas de Winston Churchill, da autoria de Yousuf Karsh, foi roubada no Canadá e substituída por uma cópia, não sendo certo quando tudo aconteceu.
O retrato estava pendurado na sala de estar do hotel Château Laurier, em Ottawa, no Canadá, e fazia parte de um espólio de seis fotografias de Karsh. Soube-se agora que foi trocado por uma réplica, desconhecendo-se como, quando e por quem.
Na passada sexta-feira, um funcionário do hotel percebeu que a moldura não estava bem pendurada e que era diferente das restantes cinco presentes na sala.
Segundo noticiou a CBC Radio-Canada, Jerry Fielder, gestor do legado do fotógrafo, recebeu uma chamada do hotel sobre o alegado roubo e solicitou que lhe enviassem uma cópia da assinatura do quadro pendurado. "Não era a sua assinatura", confirmou Fielder.
Em comunicado, o hotel anunciou que a fotografia emblemática "tinha sido trocada por uma cópia" e que a polícia de Ottawa já tinha sido notificada, estando o incidente a ser investigado.
"Estamos profundamente entristecidos com este ato descarado", lamentou o gerente do hotel, Geneviève Dumas. "O hotel está incrivelmente orgulhoso de albergar esta espantosa coleção Karsh, que foi instalada em segurança em 1998", notou, citado pela BBC.
Este é um dos retratos mais icónicos do antigo e famoso primeiro-ministro britânico, sendo o trabalho que projetou a carreira internacional de Yousuf Karsh.
Parte da adoração do quadro deve-se à história por detrás do momento de captura. O episódio remonta à altura da Segunda Guerra Mundial, em 1941, quando Winston Churchill viajou para a capital do Canadá para discursar perante o parlamento canadiano.
Churchill não queria ser fotografado, permitindo, ainda assim, que Karsh tivesse somente uma oportunidade para conseguir um retrato. Como era hábito, Churchill estava acompanhado de um charuto, obrigando o fotógrafo a retirá-lo da sua boca, conseguindo eternizar a reação.
O gestor das obras de Karsh conta que, apesar de o antigo primeiro-ministro ainda ter deixado que lhe fosse tirada mais uma fotografia, foi a primeira que mostrou "determinação e força", valências tanto precisas nos momentos difíceis que se viviam na Europa.
O fotógrafo tornou-se assim um dos mais proeminentes do século XX, sendo o escolhido para retratar grandes figuras históricas, como Martin Luther King, Nelson Mandela, Fidel Castro, a Rainha Isabel II e tantos outros.
Karsh tinha uma forte ligação com o hotel, uma vez que foi onde viveu quase duas décadas e onde estabeleceu um pequeno estúdio entre 1972 e 1992. Faleceu em 2002.
Os quadros pertencentes à coleção foram entretanto retirados das paredes do hotel como precaução.