"Estou a ver casas no oceano, estou a ver destroços a flutuar por todo o lado. É a destruição total". Tempestade Fiona faz estragos no Canadá

25 set 2022, 10:43

Não há, até agora, vítimas mortais em consequência da passagem da tempestade Fiona pela costa atlântica do Canadá. Mas uma mulher foi dada como desaparecida. Imagens da violência do vento e das chuvas são impressionantes

A tempestade Fiona arrastou casas, arrancou telhados e provocou apagões nas províncias canadianas banhadas pelo Atlântico. A ministra da Defesa canadiana, Anita Anand, anunciou ainda no sábado que os militares vão auxiliar na remoção de árvores e outros destroços caídos, bem como na reparação de vias de comunicação danificadas, mas não divulgou o número de militares destacados para a tarefa. 

Depois de ter passado pelas Caraíbas como furacão, a tempestade Fiona atingiu ontem as províncias canadianas de Nova Escócia, Terra Nova e Quebec, bem como a Ilha do Príncipe Eduardo, já como um ciclone extratropical, trazendo chuvas intensas e agitação marítima.

Até ao momento, não há confirmação de vítimas mortais no Canadá, ainda que a polícia esteja investigar o desaparecimento de uma mulher na cidade de Channel-Port Aux Basques, na Terra Nova, que poderá ter sido arrastada pelas chuvas. 

"Estou a ver casas no oceano, estou a ver destroços a flutuar por todo o lado. É a destruição total", disse René J. Roy, editor na Wreckhouse Press e residente em Port Aux Basques. "Um apartamento desapareceu", contou em entrevista telefónica ao The Guardian

A Polícia Montada canadiana divulgou que a cidade, com cerca de 4.000 habitantes, declarou estado de emergência, tendo as autoridades registado inúmeros incêndios domésticos e inundações residenciais. 

O primeiro-ministro canadiano, que ia viajar para o Japão para assistir ao funeral de Shinzo Abe, cancelou entretanto a deslocação.

"Vemos imagens devastadoras de Port aux Basques", admitiu Justin Trudeau. "Há pessoas que viram as suas casas ser destruídas, pessoas que estão muito preocupadas. Estaremos aqui para vós", garantiu. 

O autarca de Halifax, a maior cidade da província de Nova Escócia, revelou que cerca de 100 pessoas tiveram de ser deslocadas para um centro de acolhimento e que o teto de um edifício de apartamentos colapsou, sem fazer feridos. 

Mais de 415 mil pessoas de Nova Escócia - cerca de 80% do total dos habitantes da província - foram afetadas por falhas de eletricidade, bem como 95% dos residentes na Ilha do Príncipe Eduardo. 

Peter Gregg, o CEO da Nova Scotia Power, admitiu que os ventos fortes afetaram severamente as ligações e que a continuação do mau tempo impediu que fossem feitas as reparações - na tarde de sábado, mesmo depois de a tempestade Fiona ter enfraquecido e começar a afastar-se, continuavam sem eletricidade 380 mil clientes.

Em Cape Breton, na Nova Escócia, foi declarado estado de emergência. "Há casas que foram danificadas significativamente devido à queda de grandes árvores antigas", disse a autarca, Amanda McDougall, à Associated Press. 

"Também temos visto casas cujo telhado foi completamente destruído, com as janelas partidas. Há uma grande quantidade de destroços nas estradas", revelou McDougaal. Também o aeroporto de Sydney, na Nova Escócia, sofreu danos significativos, revelaram as autoridades. 

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