O chão teria sido colocado no final do Império Romano, pouco antes de um fenómeno geológico ter levado a vila romana para o fundo do mar
Um mosaico do chão de uma antiga vila romana foi descoberto no fundo do mar, nas águas ao largo de Nápoles, Itália.
Agora submerso, o chão de mármore estaria originalmente localizado no “protiro”, ou varanda decorada, de uma residência com vista para o mar, de acordo com uma publicação no Facebook do Parque Arqueológico Campi Flegrei, que faz parte do Ministério da Cultura italiano.
Construída na antiga cidade termal de Baiae, popular durante o final do Império Romano e que albergou residências de Júlio César e do imperador Nero, a villa faz parte de uma área de terreno que ficou submersa como resultado de um fenómeno geológico chamado bradissismo, durante o qual o solo sobe ou, como neste caso, desce devido à pressão sob a superfície.
As investigações preliminares revelam que o pavimento é constituído, em grande parte, por pedaços de mármore reutilizados de forma irregular, uma técnica que era comum entre os séculos III e V d.C., segundo o parque.
O mármore está fragmentado porque as paredes da sala, que tinham mais de dez metros de altura, desabaram sobre o chão.
Os trabalhos subaquáticos continuam para descobrir e restaurar mais do chão, enquanto algumas secções foram removidas e limpas em terra.
O objetivo é tentar reconstituir uma secção inteira do piso.
O presidente da câmara local, Josi Gerardo Della Ragione, classificou a descoberta de “fantástica” numa publicação no Facebook.
O chão teria sido colocado no final do Império Romano, “pouco antes de o bradissismo trazer estas maravilhas para o fundo do mar”, indicou.
A área é agora um ponto de mergulho popular, oferecendo oportunidades para ver ruínas submersas.
Campi Flegrei, ou Campos Flégreos - uma grande área vulcânica que se estende por 200 quilómetros sob a baía de Nápoles e as ilhas de Capri e Ischia até aos arredores da cidade de Nápoles - é uma caldeira gigante, ou depressão.
Atualmente, é o local de vários vulcões que estiveram ativos durante 39.000 anos, muitos dos quais se encontram debaixo de água.
A última grande erupção do Campi Flegrei ocorreu em 1538 e criou uma nova montanha na baía.
A atividade sísmica na zona tem vindo a intensificar-se desde dezembro de 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) de Itália, e os especialistas receiam que o vulcão possa estar a despertar após gerações de repouso.