Camila Coelho, a brasileira que passou de trabalhar numa loja de maquilhagem nos EUA para ser uma das maiores influencers do mundo

4 jun, 22:38

Camila Coelho é uma das maiores influencers do mundo, tendo, por várias ocasiões, estado presente nas listas da Forbes ou da Hollywood Reporter como uma das 50 figuras mais influentes. A brasileira está em Portugal para a ICON, a Conferência Internacional sobre Influência, onde esteve, em exclusivo, à conversa com a CNN Portugal

Como é a experiência de estar aqui junto ao público português e a muitos milhões dos seus seguidores?

Eu estou muito feliz. Eu amo Portugal e desde que cheguei ao aeroporto, para a minha segunda vez em Lisboa, recebi muito carinho e amor das minhas seguidoras portuguesas e brasileiras também. Então estou muito feliz, honrada e animada para o talk de hoje no ICON e é sempre uma felicidade grande estar aqui.

Nas redes sociais, já vimos que andou a passear por Lisboa. Como tem sido continuar o seu papel como influencer, com mais de 15 milhões de seguidores, a tirar fotografias na nossa cidade?

É uma cidade maravilhosa. Eu trouxe a minha família para passear, vamos ficar os dias em Lisboa. Trouxe o meu filho, o meu marido e já fui para vários lugares com o meu pequenininho (…). Eu amo visitar lugares novos, e embora seja a minha segunda vez em Lisboa, mas estou a tentar ir a sítios diferentes. A comida é maravilhosa, então estou muito feliz.

Como encarou o convite para vir a esta conferência sobre influência e dar testemunho de todo o seu percurso, desde quando começou no YouTube, a fazer vídeos de maquilhagem, até ao império que tem agora com várias marcas em seu nome?

É uma honra estar aqui principalmente porque a comunidade portuguesa faz parte de grande parte da minha história e de quando eu comecei. Acho que faz muito sentido eu estar aqui a contar a minha história porque as portuguesas, principalmente as mulheres, têm um impacto muito grande na minha vida. Eu tenho um carinho muito grande por elas.

Consegue ter um contacto direto com as suas seguidoras portuguesas?

Sim. Eu tento ao máximo. Hoje são mais de 10 milhões de seguidores, mas estou sempre a tentar falar com as pessoas. Sei que quem está ali sempre presente no meu conteúdo e tem muitas portuguesas sempre. Quando eu disse que vinha para Portugal eu senti essa excitação das pessoas, então estou muito feliz mesmo de estar aqui.

O seu percurso teve uma volta gigante. Começou nos EUA a trabalhar com maquilhagem e a fazer vídeos no YouTube e agora chegou até aqui. Como olha para o seu percurso?

É uma história longa. Começou como um hobby. Na época eu vendia maquilhagem numa loja e nessa altura a indústria de influenciadores ainda nem existia. Então eu não tinha a noção do que poderia acontecer. Hoje as redes sociais são bem saturadas, mas eu acho que ter começado lá atrás e ter conseguido ainda me manter até aqui é muito trabalho. Claro que sempre o apoio da minha comunidade, que eu consegui criar, e trazer confiança. Tenho uma conexão com eles para conseguir mantê-los até aqui. Olho para trás e sinto-me muito feliz por ter conseguido construir muito além daquilo que imaginava.

Em que momento percebeu que conseguia expandir e que ia conseguir fazer disto um negócio?

Acho que foi no momento em que eu percebi que o meu nome já era uma marca. Que outras marcas gostariam de trabalhar comigo ou associar-se. E no momento que percebi que a minha comunidade era muito forte. Quando eu falo em comunidade é o grupo de pessoas que estão aí todos os dias a escutarem-te e a darem-te feedback. Então eu pensei “se estou a trabalhar com tantas outras marcas, porque não fazer as minhas marcas?”. Então comecei a planear a minha marca de roupa e a de beleza. Tive muito medo. Sempre trabalhei com outras marcas, mas ter a minha própria marca é uma responsabilidade muito grande. É um bebé.

Porque ser influencer dá muito trabalho…

Sim. Dá muito trabalho. Temos que nos tentar reinventar todos os dias, principalmente hoje. Quando comecei era um pouco mais fácil destacar-se, mas ao mesmo tempo era difícil porque era uma indústria que não existia. Mas hoje é mais difícil destacar-se porque tem muito conteúdo.

Há muita competição?

Sim. Tudo o que se quer hoje há nas redes sociais, então quem tem destaque hoje tem que se reinventar para se manter no topo. É mais ou menos o que eu tento fazer. Tento me reinventar o tempo todo e aceito todo o feedback positivo e negativo. Muitas vezes um comentário negativo de uma certa forma pode abrir os olhos.

Ainda fica surpreendida com esta era digital em que vivemos onde a fama e o sucesso podem ser acessíveis de um momento para o outro?

Surpreende-me às vezes, mas eu vejo que hoje pode ser muito rápida essa fama. Hoje em dia sinto que todos os dias há uma pessoa nova que aparece. Essa pessoa pode desaparecer rápido também. Então o mais importante é manter essa consistência e manter uma conexão com quem nos acompanha. Sem essa conexão tudo vai passar rápido e elas vão parar de te seguir e seguir outra pessoa.

É preciso estratégia…

Exato. Tem de haver estratégia.

Como vê o facto de aparecer sucessivamente nas listas das maiores influencers do mundo, da Forbes, da Hollywood Reporter?

Posso dizer que a minha mãe está muito orgulhosa de mim. O meu marido… enfim. Às vezes sinto que vive um sonho, mas ao mesmo tempo eu sei o quanto trabalhei e os momentos difíceis que passei. Lembro-me que tive uma época, em 2019, em que todas as marcas queriam trabalhar comigo e fui ao Met Gala, foi um ano incrível. Mas ao mesmo tempo, foi o ano em que me senti mais triste e tive que parar e olhar para trás e refletir. Tive que dar uns passinhos para trás, começar a falar mais não e priorizar o meu tempo com a família. Estava numa fase só de trabalho, trabalho e trabalho. Nas redes sociais é tudo muito rápido e chega uma altura em que temos que dizer não. Isso fez-me muito bem.

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