REVISTA DE IMPRENSA. No fim de semana passado, registaram-se 140 óbitos em excesso na mortalidade por todas as causas
A mortalidade por todas as causas está acima do esperado e, só no passado fim de semana, registaram-se 140 óbitos em excesso, avança o Jornal de Notícias esta terça-feira.
Com a subida das temperaturas máximas prevista para os próximos dias, aumenta também o risco para as pessoas mais vulneráveis, nomeadamente os idosos, pelo que há risco de que o número de óbitos continue a subir.
O JN escreve que os dados do sistema de vigilância da mortalidade, recolhidos na tarde de segunda-feira, revelam que as mortes estão "acima do esperado", tendo-se registado no fim de semana 680 óbitos, metade dos quais em pessoas com 85 ou mais anos. Falando ao JN, o matemático Carlos Antunes refere que, face à média de 2015-2019, calcula-se um excesso de 84 óbitos no sábado e 92 no domingo; tirando as mortes por covid-19, serão 140 as mortes acima do esperado neste período.
Carlos Antunes aponta ainda que, desde o início da semana passada, verifica-se uma tendência de excesso de mortalidade que se acentuou nos dias 9 e 10, sublinhando ainda que, "sempre que há uma onda de calor, há picos de mortalidade".
O JN refere ainda como preocupantes os valores do Índice Ícaro, que desde 2004 integra o Plano de Contingência para Ondas de Calor e que foi concebido em 1999, em resultado de uma parceria entre o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e o então Instituto de Meteorologia.
Trata-se de uma "medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população": um valor igual ou superior a 1 indica que se espera um efeito significativo sobre a mortalidade. O JN refere que ontem, pelas 15:30, este índice estaria nos 0,68 para esta terça-feira e em 1,05 para amanhã.