Gestor chegou à presidência da Comissão Executiva do banco público em 2017
O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, vai continuar à frente do banco público no próximo mandato, disse esta quinta-feira o próprio gestor, em conferência de imprensa de apresentação de resultados.
“Sim, fui convidado”, afirmou, após ser questionado sobre se recebeu um convite para continuar a presidir a CGD. Convite que, mais tarde, disse ter aceitado, mantendo-se no cargo no mandato de 2025 a 2028.
O gestor, que, entre outras funções, foi diretor-geral do fisco e ministro da Saúde, chegou à presidência da Comissão Executiva do banco público em 2017.
Desde aí, levou a cabo um processo de reestruturação no banco que incluiu a venda de ativos fora da atividade bancária central, mas também uma redução de pessoal e de agências.
Paulo Macedo admitiu que deverá haver uma reestruturação na liderança da CGD e que o banco continuará o processo de alienação de ativos não ‘core’, não estratégicos.
Paulo Macedo foi ainda questionado sobre o que espera para o futuro do banco, tendo antecipado uma estabilização dos resultados, mas também uma aposta no serviço.
Sobre a redução dos serviços financeiros e na rede do banco público, Paulo Macedo garantiu que não haverá encerramento de agências e que os balcões continuarão a ter pessoas que farão o acompanhamento das pessoas com mais dificuldades no acesso às novas tecnologias.
O gestor anunciou ainda que a CGD vai vender 440 milhões de euros em carteiras de crédito malparado.
Sobre a venda de produtos como certificados de aforro, o presidente do banco disse que é uma questão que “é periodicamente debatida na Caixa”, mas que não traria vantagens.
“Nós podíamos ter tido a rentabilidade, que foi significativa, da venda de certificados de aforro, mas entendemos que os produtos não devem ser confundidos”, afirmou, acrescentando “que não traria estabilidade nem traria grandes vantagens”.
Sobre o mercado da habitação, Paulo Macedo rejeitou ter “quaisquer dotes de adivinho” sobre os preços, mas que vê “a questão de a oferta ser insuficiente” face ao aumento da procura.
O gestor enumerou um conjunto de fatores que têm estimulado a procura de casas, como o aumento do rendimento real, a imigração, as alterações às tabelas de retenção na fonte ou as medidas de apoio à compra de casa por jovens. A isto, juntou a manutenção do nível de emprego e a estabilidade política, que “também leva as pessoas a tomarem mais decisões a longo prazo”.
A CGD anunciou esta quinta-feira que registou lucros acumulados de 1.369 milhões de euros até setembro, numa subida de 38,7% face ao mesmo período do ano passado, que Paulo Macedo apelidou de “uns bons nove meses”.
Com um crescimento mais modesto em termos homólogos, a margem financeira consolidada da CGD cresceu 1,5%, para 2.121 milhões de euros”.