Lucros de 692 milhões de euros, "maior dividendo" da história em perspetiva: Caixa Geral de Depósitos

Agência Lusa , AG
10 nov 2022, 18:38
Caixa Geral de Depósitos (Teixeira Duarte)

Paulo Macedo diz que esta é a “primeira vez que a CGD consegue remunerar o custo do capital que é investido pelos contribuintes”

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 692 milhões de euros até setembro, mais 61% que nos primeiros nove meses de 2021, divulgou esta quinta-feira o banco público, que antevê o “maior dividendo” da sua história.

No início da apresentação de resultados, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, apontou que esta é a “primeira vez que a CGD consegue remunerar o custo do capital que é investido pelos contribuintes”.

“Esta evolução reflete um custo do risco de crédito negativo no período pós-pandemia, um dos mais baixos de sempre a venda de alguns ativos não core, bem como o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do Grupo, no valor de 155 milhões de euros, um crescimento de 58% face aos primeiros nove meses de 2021”, refere o banco em comunicado enviado ao mercado.

O documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) acrescenta que a política de dividendos corresponde, “até ao presente, a um montante máximo distribuível de 286 milhões de euros” referente à atividade nos primeiros nove meses do ano.

A Caixa projeta assim “o maior dividendo da história” do banco público.

Neste período, o volume de negócios da CGD ascendeu a 153.570 milhões de euros, uma subida homóloga de 3%.

Entre janeiro e setembro, a carteira de crédito a particulares e empresas em Portugal avançou 2%, destacando-se um crescimento de 6% no crédito a pequenas e médias empresas (PME).

Segundo a mesma nota, a produção de crédito à habitação ascendeu a 2.400 milhões de euros, contribuindo em 1,5% para o crescimento da carteira.

Metade dos contratos apresenta uma prestação mensal inferior a 217 euros.

O banco detalhou ainda que o valor de crédito malparado bruto (‘non performing loans’) recuou para 1.999 milhões de euros, sendo que em 2021 tinha sido de 2.137 milhões de euros e em 2020 de 2.307 milhões de euros.

Os depósitos de clientes estão em 71.318 milhões de euros, acima dos 68.728 milhões de euros apurados no final de 2021.

Do valor total, 55.328 milhões de euros dizem respeito a particulares, 12.339 milhões de euros a empresas e 3.651 a SPA e institucionais.

Os depósitos de particulares e empresas cresceram 4%, enquanto os de SPA e institucionais avançaram 2%.

Em setembro, os recursos totais de clientes estavam em 87.068 milhões de euros, quando, em dezembro de 2021, representavam 86.048 milhões de euros.

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