Troca de cadáveres: ministro vai aguardar pelo "apuramento de responsabilidades" de um caso "absolutamente lamentável"

8 nov 2022, 17:09

Manuel Pizarro classificou o incidente como "absolutamente lamentável"

O ministro da Saúde reagiu pela primeira vez à polémica troca de cadáveres no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), dizendo que recebeu o pedido de demissão por parte da administração, mas vai aguardar pelo "apuramento de responsabilidades" dos processos em curso para tomar uma decisão. 

"Confirmo que a administração colocou o lugar à disposição. Eu acho que partilhará da minha ideia de que faz sentido esperar pelo cabal apuramento das responsabilidades para tomar decisões dessa matéria. O que não fazia sentido nenhum era decidir já de quem eram as responsabilidades sem esse apuramento. Aguardemos com a tranquilidade devida", disse Manuel Pizarro esta terça-feira no Parlamento, em resposta ao deputado do PSD Rui Cristina, durante a audição no âmbito de apreciação do Orçamento do Estado para 2023. 

O governante classificou o incidente como "absolutamente lamentável" e lembrou o social-democrata que existem vários processos a decorrer para se apurar o que é que aconteceu.

"Não só está em curso pelas vias normais do hospital, num inquérito interno, como já foi anunciado quer pelo Ministério Público, quer pela Entidade Reguladora da Saúde a abertura de procedimentos."

Recorde-se que os deputados do PSD eleitos pelo Algarve já tinham exigido que o ministro da Saúde assumisse responsabilidade no caso. 

Esta troca de cadáveres na morgue do Hospital de Faro levou a que um deles fosse indevidamente recolhido e depois cremado, não respeitando assim a vontade da família. 

No mesmo dia em que o incidente foi tornado público, conselho de administração do CHUA emitiu uma nota a informar que a troca na identificação de dois doentes falecidos ocorreu no dia 3 de novembro. Na sequência desta ocorrência, a administração abriu um inquérito interno ao caso e "colocou os seus cargos à disposição".

Na mesma nota, asseguram que o procedimento de confirmação e verificação da identidade dos falecidos naquele centro hospitalar "obedece a várias normas de segurança, bem definidas na instituição, pretendendo o inquérito apurar os factos que estiveram na origem do erro e implementar alterações que se afigurem como necessárias".

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