Um ano desde a libertação de Bucha. Zelensky garante que "punirá todos os criminosos"

31 mar 2023, 11:29

Em 33 dias de ocupação morreram mais de 1.400 pessoas. Presidente da câmara da cidade garante que "dias de ocupação" mudaram a população "para sempre"

A Ucrânia assinala esta sexta-feira um ano da libertação de Bucha, a cidade a norte de Kyiv que esteve ocupada pelos russos durante 33 dias, com o presidente ucraniano a garantir que a Ucrânia "punirá todos os criminosos" pelas atrocidades cometidas em Bucha.

"Bucha e o distrito de Bucha. 33 dias de ocupação. Mais de 1.400 mortes, incluindo 37 crianças. Mais de 175 pessoas foram encontradas em valas comuns e câmaras de tortura. 9.000 crimes de guerra russos. 365 dias desde que é um território ucraniano livre mais uma vez. Um símbolo das atrocidades do exército do país ocupante. Nunca iremos perdoar. Iremos punir todos os criminosos", escreveu o presidente ucraniano.

Por sua vez, o presidente da câmara da cidade, Anatolii Fedoruk, lembrou que durante os 33 dias de ocupação, a população foi "aterrorizada".

"Durante 33 dias, a comunidade de Bucha esteve sob ocupação russa. As nossas aldeias - Blystavytsia, Syniak, Havrylivka, Zdvyzhivka, Lubianka, Myrotske - foram as primeiras a ser atingidas. Durante 28 dias de ocupação, o inimigo feroz aterrorizou a população civil de Bucha".

Fedoruk descreve ainda que "os dias de ocupação" mudaram a população "para sempre, no interior". 

"Recordamos o nome de todos os habitantes de Bucha cuja vida foi tirada por inimigos impiedosos. Apesar de toda essa dor, sobrevivemos unidos e continuamos a trabalhar para reconstruir a cidade destruída e regressar à vida pacífica".

Também o procurador-geral da Ucrânia considerou que estas eram "números horríveis" e que "foi a primeira vez que todos vimos provas da dimensão sem precedentes das atrocidades do inimigo".

Numa declaração individual nesta sexta-feira, Andrii Kostin garantiu, à semelhança de Zelensky, que a Ucrânia não vai "parar até que todos os organizadores e criminosos dos crimes de guerra sejam condenados".

A procuradoria notificou quase 100 oficiais militares russos por suspeita de terem cometido crimes de guerra em Bucha, com acusações contra 35 já enviadas a tribunal, de acordo com a declaração. 

Em abril de 2022, a missão da ONU em Bucha documentou a morte de cerca de 50 pessoas, incluindo por execução sumária. A equipa de investigadores do Alto Comissariado para os Direitos Humanos encontrou ainda provas de violência sexual, bombardeamento indiscriminado de áreas e infraestruturas usadas por civis e a detenção, maus-tratos, tortura e assassínio de civis e prisioneiros de guerra por ambas as partes em conflito. 

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