Dmytro Kuleba participa na reunião da NATO: "A minha agenda é muito simples, tem apenas três itens: armas, armas e armas"

7 abr 2022, 07:06

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia está em Bruxelas para participar nas reuniões marcadas para hoje com aliados da NATO

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia Dmytro Kuleba participa esta quinta-feira na reunião da NATO em Bruxelas. À chegada, onde foi recebido pelo secretário-geral da Aliança, Kuleba afirmou que vai pedir o envio de mais armamento, nas reuniões marcadas para esta quinta-feira com aliados da NATO em Bruxelas.

"Vim a Bruxelas para participar na reunião da NATO. A minha agenda é muito simples, tem apenas três itens nela: armas, armas e armas", afirmou aos jornalistas depois de ser recebido por Jens Stoltenberg. “Quanto mais rápido forem entregues, mais vidas serão salvas e mais destruição evitada”, acrescentou.

Kuleba disse ainda que está "confiante que a melhor maneira de ajudar a Ucrânia" é ajudar a derrotar a Rússia em território ucraniano e pediu aos aliados "que deixem de lado as suas hesitações, a sua relutância em fornecer à Ucrânia tudo o que ela precisa".

"Nas últimas semanas, o exército ucraniano e a nação ucraniana mostrou que sabe como lutar, como ganhar, sem um fornecimento sustentável e suficiente de todas as armas exigidas pela Ucrânia, esta vitória imporá enormes sacrifícios. Precisamos de aviões, veículos blindados, defesa antiaérea", insistiu Kuleba, acrescentando que "a melhor maneira de ajudar a Ucrânia agora é fornecer tudo o que for necessário para conter e derrotar o exército russo(…), para que a guerra não se espalhe ainda mais".

“A Ucrânia tem uma necessidade urgente de apoio militar"

O secretário-geral da NATO admitiu na quarta-feira que a Ucrânia precisa urgentemente de mais apoio militar e disse esperar que os Aliados, reunidos em Bruxelas ao nível de chefes da diplomacia, concordem em fornecer “muitos tipos diferentes de equipamento”.

“A Ucrânia tem uma necessidade urgente de apoio militar, e essa é a razão pela qual é tão importante que os Aliados concordem em apoiar ainda mais a Ucrânia com muitos tipos diferentes de equipamento, tanto equipamento mais pesado, como também sistemas de armas ligeiros”, disse Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da NATO disse ainda que "a Ucrânia tem o direito de se defender” da invasão russa e que os Aliados irão "ouvir as necessidades que Dmytro Kouleba" apresentar e "discutir como responder".

“Não faz muito sentido” distinguir entre armas defensivas e ofensivas “numa guerra de defesa como aquela que a Ucrânia está a combater”, sublinhou o secretário-geral da NATO.

Também na quarta-feira, os Estados Unidos anunciado uma contribuição adicional de 100 milhões de dólares (91,7 milhões de euros) para enviar mais mísseis antitanque Javelin para a Ucrânia.

Portugal já enviou entre 60 a 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia e "enviará mais num futuro próximo”, disse na quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, à chegada à reunião da NATO, em Bruxelas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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