Decisão histórica: prisão preventiva para elemento de extrema-direita por crimes de ódio

23 out, 10:40
Detido

Investigação a Bruno Pinto liderada pela procuradora Felismina Carvalho Franco

Ficou em prisão preventiva o elemento de extrema-direita que tinha sido detido por instigação ao ódio nas redes sociais e ameaças de morte a uma jornalista brasileira. A medida foi aplicada pelo Tribunal de Instrução Criminal, por promoção da procuradora Felismina Carvalho Franco, que coordena a investigação na Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa, e trata-se de uma decisão histórica – por ser a primeira vez em Portugal que é aplicada prisão preventiva por crimes de ódio. 

Bruno Pinto, recorde-se, foi detido pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária na terça-feira, em casa, na zona de Vila Real. Na rede social X, entre outras publicações onde faz comentários nomeadamente de apologia neonazi, Bruno Silva afirmou oferecer dinheiro “a quem realizar um massacre e exterminar pelo menos 100 brasileiros em Portugal”. Por fim disse dar “um bónus de 100 mil euros a quem me trouxer a cabeça de Stefani Costa”.

Estas ameaças foram cometidas em setembro, depois de, em junho do ano passado, o mesmo homem ter enviado à jornalista uma imagem a segurar “armas que seriam usadas para matá-la”. A vítima apresentou queixa ao Ministério Público, com o apoio da embaixada brasileira, e o processo está a correr no DIAP de Lisboa, em articulação com a PJ. As últimas ameaças, de setembro, ocorreram dias depois de a PJ ter detido outro homem que nas redes sociais disse oferecer “500 euros por cada cabeça de brasileiro decapitado”.

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