Pedrógão Grande: Valdemar Alves condenado a 7 anos de prisão

Agência Lusa , AM - notícia atualizada às 12:44
31 jan 2022, 11:44

Já o ex-vereador Bruno Gomes foi condenado a seis anos de prisão

O ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves foi hoje condenado na pena única de sete anos de prisão pelo Tribunal Judicial de Leiria no processo relacionado com a reconstrução de casas após os incêndios de junho de 2017.

Valdemar Alves tinha sido pronunciado por 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documento e 20 crimes de burla qualificada, cinco dos quais na forma tentada, os mesmos do despacho de acusação.

Também o ex-vereador da Câmara de Pedrógão Grande Bruno Gomes foi condenado na pena única de seis anos de prisão.

Bruno Gomes tinha sido pronunciado por 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documento e 20 crimes de burla qualificada, cinco dos quais na forma tentada, os mesmos do despacho de acusação.

O Ministério Público tinha pedido a condenação dos 28 arguidos do processo e para o ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves e o antigo vereador Bruno Gomes, a procuradora da República Catarina Lopes pediu mesmo prisão efetiva.

Dos 28 arguidos, 14 foram absolvidos e 14 condenados, sendo que dois foram condenados a penas efetivas e os restantes a penas suspensas.

Arguidos recorrem das penas

O ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande mostrou-se surpreendido com pena de prisão a que foi condenado e vai recorrer da decisão.

“Isto foi uma surpresa. Não tenho palavras para isto. É [pena] demasiado pesada”, disse, no final do julgamento.

O ex-autarca considerou que ainda “vai ser uma caminhada muito longa” e que vai “conferenciar com o advogado”, mas a decisão judicial será alvo de recurso.

Também o advogado do ex-vereador Bruno Gomes, Victor Faria, disse que vai recorrer da condenação do seu cliente a seis anos de prisão, o que considerou uma pena pesada.

"Não estávamos à espera de uma decisão com esta gravidade, com este peso", afirmou o advogado após a leitura do acórdão, no Tribunal Judicial de Leiria.

Em declarações aos jornalistas, o advogado afirmou que irá "ler o acórdão com atenção" para eleger "aquilo que será invocado" no recurso que irá interpor.

Recorde-se que o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, foi constituído arguido no processo de reconstrução das casas destruídas no incêndio depois de uma investigação da TVI, em 2018, ter denunciado ilegalidades neste processo e acompanhado todo o caso.

investigação da TVI, empresa que pertence ao mesmo grupo da CNN Portugal, revelou que o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande e o então vereador Bruno Gomes sabiam, desde 2017, da existência de irregularidades no processo que envolveu a atribuição de donativos para a recuperação das casas que arderam no trágico incêndio. Testemunhos inéditos, na primeira pessoa, garantem que tiveram mesmo indicações para adulterar os processos de candidatura, forjando moradas de residência, com a conivência dos poderes públicos locais. 

O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que alastrou a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

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