Lula da Silva recebe apoio de outro partido para disputar presidenciais do Brasil

Agência Lusa
3 mai 2022, 20:49
Lula da Silva na Argentina (EPA)

O partido Solidariedade declarou esta terça-feira o apoio à candidatura do ex-presidente e junta-se a uma aliança progressista contra Jair Bolsonaro

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu esta terça-feira o apoio do partido Solidariedade (centro-esquerda), para as eleições presidenciais de outubro, quando deverá enfrentar o atual Presidente do país, Jair Bolsonaro.

A candidatura de Lula da Silva será formalizada no próximo sábado com o apoio de quase todas as forças progressistas, que estão em processo de construção de uma ampla aliança para enfrentar os partidos de direita e extrema-direita que compõem a base de apoio de Bolsonaro, que tentará renovar o seu mandato em Brasília.

Num discurso no evento de formalização do apoio, em São Paulo, Lula insistiu na necessidade de que a coligação em discussão em torno da sua candidatura seja a mais ampla possível e permita que, em caso de vitória, tenha o apoio de uma base parlamentar alinhada com as ideias de seu eventual Governo.

Apelo à maioria de deputados

"Vamos vencer as eleições e assumir a Presidência em janeiro de 2023, [mas] temos que ter em mente [que] se não elegermos uma maioria de deputados comprometidos com o nosso discurso será muito difícil recuperar mão de obra e direitos sociais”, afirmou Lula da Silva, que também considerou que os direitos dos brasileiros têm sido destruídos no Governo Bolsonaro.

O deputado Paulo Pereira, presidente do Solidariedade, concordou com Lula da Silva e defendeu que a aliança progressista em construção deve ser muito maior e tornar-se uma "verdadeira força do Brasil contra Bolsonaro”.

O Solidariedade juntou-se assim à ampla coligação liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e que já inclui o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Verde e a Rede.

O PT também mantém negociações com outras formações do arco de centro e centro-direita, entre as quais o Partido Social Democrático (PSD), que foi representado no evento por alguns dos seus parlamentares mais influentes.

Nomes sonantes

Um deles foi o senador Omar Aziz, que disse que, em outubro próximo, o Brasil terá de decidir entre "avançar para a democracia ou aprofundar o autoritarismo" e expressou a sua esperança de que a liderança nacional do PSD compreenda o seu lugar.

O deputado Marcelo Ramos, também do PSD e vice-presidente da Câmara dos Deputados, manifestou-se no mesmo sentido, afirmando que o seu partido saberá diferenciar entre aqueles que "representam a democracia e aqueles que promovem a barbárie".

O liberal Geraldo Alckmin, já aprovado pelo PT como candidato à vice-presidência na candidatura de Lula da Silva, também esteve presente no evento, que assim tenta atrair mais eleitores de centro e ao mesmo tempo mostrar uma imagem de moderação económica, especialmente contra os mercados financeiros e empresários.

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