Outro grande fabricante alemão pretende cortar mais de 8.000 postos de trabalho

CNN , Anna Cooban
11 dez 2024, 22:39
Sinal indicador de fábrica da Bosch em Hildesheim, na Alemanha. Alicia Windzio/picture alliance via Getty Images

Milhares de postos de trabalho estão a ser cortados no gigante industrial alemão Bosch, naquele que é mais um golpe para a economia do país.

Um porta-voz da empresa disse à CNN esta quarta-feira que vão cortar cerca de 8.250 postos de trabalho a nível mundial nos próximos anos. O corte será feito no sector da mobilidade, que fornece peças para fabricantes de automóveis em todo o mundo, à medida que a empresa se debate com a fraca procura, os custos elevados e a intensificação da concorrência.

“A difícil conjuntura económica e a transformação em curso na indústria automóvel colocam-nos - tal como a outras empresas - perante grandes desafios. É importante para nós mantermo-nos competitivos nestas condições”, afirmou a Bosch num comunicado.

“O sector da mobilidade está a passar por uma profunda transformação”, acrescentou a empresa.

Os cortes planeados, alguns dos quais foram anunciados no início deste ano, representam quase 2% da força de trabalho global da Bosch, que totalizava pouco mais de 429.000 trabalhadores no final de 2023.

A empresa de 138 anos também fabrica uma série de bens de consumo, incluindo frigoríficos e máquinas de café, bem como máquinas para outras empresas.

Trabalhador numa fábrica da Bosch, em abril de 2023, em Eschenburg, Alemanha. Sascha Schuermann/Getty Images

A notícia representa mais um golpe para a maior economia da Europa, onde fabricantes de renome enfrentam uma tempestade perfeita da concorrência de rivais chineses, desvantagens tradicionais, como custos de mão de obra e impostos elevados, e custos de energia mais elevados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

Na semana passada, dezenas de milhares de trabalhadores da Volkswagen, o maior fabricante alemão, participaram em greves em fábricas de todo o país. A ação laboral seguiu-se a semanas de negociações coletivas, com a Volkswagen a recusar-se a excluir a possibilidade de despedimentos em massa e de encerrar fábricas na Alemanha - medidas drásticas que diz serem necessárias.

No mês passado, o Thyssenkrupp, o maior produtor de aço da Alemanha, anunciou planos para reduzir 11.000 postos de trabalho até ao final da década, o equivalente a cerca de 40% da sua força de trabalho. A empresa invocou, em parte, o aumento das importações baratas da Ásia.

A economia alemã registou uma contração no ano passado, pela primeira vez desde o início da pandemia. De acordo com as últimas previsões da Comissão Europeia, a economia alemã deverá registar uma nova contração este ano.

*Olesya Dmitracova contribuiu para este artigo

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