"O que se impõe é que a ministra da Administração Interna assuma politicamente a necessidade de resolver estas questões", diz a ANMP
A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) criticou esta quarta-feira as declarações da ministra da Administração Interna, depois de Margarida Blasco ter afirmado que o “patrão” dos bombeiros sapadores “não é o Estado”.
A associação que junta os municípios portugueses afirmou que “é com estranheza e estupefação que ouvimos as declarações da Ministra da Administração Interna, pretendendo responsabilizar os municípios pelo protesto dos bombeiros sapadores”.
De resto, a ANMP garante que a bola está, desde 12 de junho, do lado do Governo, tendo a associação entregado, nessa altura, uma proposta para a revisão de carreira e da remuneração destes mesmos bombeiros.
“Os bombeiros sapadores estão em protesto pela revisão da carreira profissional e respetiva remuneração. Ora, tanto a carreira como a remuneração são fixadas por decreto-lei do governo, pois, como é sabido, as autarquias locais não têm poder legislativo - este depende exclusivamente do governo e da Assembleia da República”, acrescenta a nota.
Voltando à proposta, a ANMP garante que a mesma foi “amplamente consensualizada”, mas lamenta que o Governo ainda não lhe tenha dado seguimento. “O que se impõe é que a ministra da Administração Interna assuma politicamente a necessidade de resolver estas questões que preocupam os bombeiros e os municípios”, reitera.
“A ANMP está, como sempre esteve, mais uma vez, disponível para ser parte da solução deste problema, dando os contributos necessários para que esta matéria seja resolvida com a celeridade que a sua importância justifica”, termina a nota.
Recorde-se que Margarida Blasco tinha sublinhado que o protesto dos bombeiros em frente à Assembleia da República surge de reivindicações que estes profissionais fazem “há 22 anos”.
"As conversações estão a decorrer, a última reunião foi na sexta-feira, no sentido de chegarmos a bom porto. É na mesa de negociações que se fazem os acordos", sublinhou, afirmando ainda que o Governo não interrompeu as negociações.
A ministra lembrou ainda que "os bombeiros voluntários tiveram um aumento de 25% nas suas remunerações nos dias em que decorreram os incêndios em setembro".