Corporações de bombeiros ponderam despedir trabalhadores por falta de pagamento do Estado

22 dez 2022, 07:10
Ambulância em frente ao Hospital de Santa Maria. Foto: Paulo Mumia/picture alliance via Getty Images

REVISTA DE IMPRENSA. Quem denuncia é a Liga dos Bombeiros Portugueses, que afirma que as corporações têm a receber entre “20 a 25 milhões de euros”

Há dezenas de corporações de bombeiros a ponderar despedir trabalhadores no início de 2023 devido à falta de pagamentos por parte das unidades locais de saúde (ULS) pelo transporte de doentes não urgentes, escreve o Jornal de Notícias (JN) esta quinta-feira.

Quem denuncia é a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que afirma que as corporações têm a receber entre “20 a 25 milhões de euros” devido aos atrasos, e que o caso é particularmente grave nos distritos de Castelo Branco e Évora.

“A Unidade Local de Saúde de Castelo Branco deve mais de um milhão e 300 mil euros aos 12 corpos de bombeiros do distrito. É uma situação que se mantém há mais de sete ou oito meses”, diz o presidente da LBP, António Nunes, ao JN, que menciona que uma reunião com o anterior secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, “resolveu um bocadinho o problema”. “As dívidas relativas a 2020/2021 ficaram saldadas”, refere.

A ULS de Castelo Branco “não paga o serviço de transporte de doentes não urgentes desde fevereiro”, afirma Ricardo Araújo, presidente dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova. “É uma dívida que totaliza, neste momento, cerca de 248 mil euros”, diz, e que ascende aos 350 mil quando adicionados os valores em falta de outras unidades de saúde a quem prestam serviços. “Não há casa que aguente”, lamenta.

Na corporação da Sertã, a dívida é de 380 mil euros. João Carlos Almeida, presidente dos Bombeiros Voluntários desta localidade, admite que tem beneficiado da “paciência” de alguns fornecedores para não pagar no devido tempo, mas têm consciência de que há um “limite”. “Chegamos a ter mais de 100 mil euros de dívida em combustíveis”, diz ao diário.

O JN menciona que contactou o Ministério da Saúde sobre este tema, mas não obteve resposta em tempo útil.

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