Utilização destas bombas viola a convenção de Genebra
O Ministério da Defesa russo admitiu a utilização da plataforma TOS-1A para disparar bombas de termobáricas, também conhecidas como bombas de vácuo, contra alvos ucranianos, avança o Ministério da Defesa britânico numa publicação no Twitter.
The Russian MoD has confirmed the use of the TOS-1A weapon system in Ukraine. The TOS-1A uses thermobaric rockets, creating incendiary and blast effects.
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) March 9, 2022
Watch the video below for more information about this weapon and its devastating impact.
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As armas em causa sugam oxigénio do ar circundante para gerar uma explosão de alta temperatura, evaporando tudo o que a rodeia. A primeira parte do dispositivo é composta por uma carga explosiva que dispersa uma nuvem de combustível que se espalha pela área atingida, que de seguida se acende numa enorme bola de fogo sugando todo o oxigénio em redor, causando uma onda de choque de grandes dimensões.
Qualquer pessoa apanhada na explosão inicial é imediatamente vaporizada. Qualquer pessoa apanhada na área circundante receberia ferimentos internos graves causados pela onda de choque, que destrói órgãos e faz explodir os pulmões.
Estes explosivos podem ser disparados de várias plataformas, como os mísseis balísticos Iskander-M, que têm capacidade de transportar uma ogiva termobárica de 700 quilos. No entanto, acredita-se que as forças militares estão a utilizar bombas de vácuo a partir do TOS-1, uma plataforma de lançamento de múltiplos foguetes com capacidade para disparar 24 bombas termobáricas de 220 mm numa área de 200 metros.
Ao longo da invasão russa da Ucrânia já tinham surgido múltiplos relatos da utilização destes explosivos, até agora não confirmado. Estas armas são proibidas pela convenção de Genebra, pelo que a sua utilização constitui um crime de guerra.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.