Bolsonaro quebra silêncio sobre derrota nas presidenciais: "Dói, dói na alma"

10 dez 2022, 13:03
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (EPA/ANTONIO LACERDA)

Muitos comentadores e analistas políticos estão a interpretar estas declarações de Bolsonaro como um "discurso golpista", uma vez que continua sem reconhecer a vitória de Lula da Silva, o que legitima a mobilização de movimentos antidemocráticos no país.

Jair Bolsonaro quebrou esta sexta-feira o silêncio quanto à sua derrota frente a Lula da Silva nas eleições presidenciais do Brasil, que decorreram no dia 30 de outubro. O ainda presidente brasileiro, que cessa funções no próximo dia 1 de janeiro, saiu do Palácio da Alvorada e dirigiu-se às centenas de apoiantes que o aguardavam à porta da residência oficial do presidente. 

"Estou há praticamente 40 dias calado. Dói, dói na alma. Sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando a minha vida no meio do povo", disse Bolsonaro, citado pela Globo.

Sobre as críticas em relação ao seu "silêncio", Bolsonaro argumentou que "se saísse e desejasse um bom dia, tudo seria deturpado, tudo seria distorcido".

O chefe de Estado brasileiro disse ainda ter "a certeza" que as Forças Armadas "estão unidas" e "devem lealdade" ao povo brasileiro, bem como "respeito à Constituição". "Quantas vezes eu disse, ao longo desses quatro anos, que temos algo mais importante que a própria vida, que é a nossa liberdade?", questionou.

"As decisões, quando são exclusivamente nossas, são menos difíceis, menos dolorosas. Mas quando elas passam por outros setores de sociedade, são mais difíceis e devem ser trabalhadas. Eu responsabilizo-me pelos meus erros, mas peço-vos: não critiquem sem ter certeza absoluta do que está a acontecer", acrescentou.

Muitos comentadores e analistas políticos estão a interpretar estas declarações de Bolsonaro como um "discurso golpista", uma vez que continua sem reconhecer a vitória de Lula da Silva, o que legitima a mobilização de movimentos antidemocráticos no país.

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