Bolsonaro insinua que justiça eleitoral favorece Lula da Silva

Agência Lusa
26 out 2022, 19:16
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Num comício lotado, Bolsonaro fez alusão a uma denúncia que a sua campanha fez no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo a qual dezenas de rádios deixaram de transmitir a sua propaganda gratuita à qual todos os candidatos têm direito

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que aspira à reeleição nas presidenciais deste domingo, insinuou esta quarta-feira que há uma manobra na justiça eleitoral para favorecer a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Num comício lotado, Bolsonaro fez alusão a uma denúncia que a sua campanha fez no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo a qual dezenas de rádios deixaram de transmitir a sua propaganda gratuita à qual todos os candidatos têm direito.

De acordo com a denúncia, há 154.085 anúncios que não foram veiculados, principalmente no nordeste do país, região que é o reduto político de Lula, líder de uma ampla frente progressista e favorecido por uma pequena margem para vencer no domingo.

"Sou vítima de novo", declarou Bolsonaro no comício realizado na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, estado que é o segundo maior colégio eleitoral do país.

"Aonde nossas propostas deveriam ir, não chegou nada" e "está o dedo do PT", acrescentou o líder de extrema-direita, em alusão ao Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula da Silva.

"Foi constatado por nossas equipas técnicas que há interferência, manipulação de resultados", disparou Bolsonaro, que deu a entender que essas supostas manobras teriam o objetivo de favorecer as hipóteses do seu adversário.

O presidente, que insinuou várias vezes que pode não reconhecer o resultado das urnas em caso de derrota, afirmou que "as eleições têm que ser respeitadas", mas acrescentou que "infelizmente o PT e o TSE têm muito a explicar sobre esse caso”.

A justiça eleitoral, após ouvir as denúncias, exigiu a apresentação de provas das supostas irregularidades, que a campanha de Bolsonaro entregou logo após noticiar o caso.

Também hoje, embora sem relacionar o assunto, o TSE demitiu um dos responsáveis pela distribuição dos anúncios dos candidatos em emissoras de rádio e televisão.

Segundo a imprensa local, o funcionário, identificado como Alexandre Gomes Machado, disse que foi demitido "sem motivo aparente" e foi à Polícia Federal pedir "proteção".

Segundo as mesmas fontes, ele declarou ter informado os seus superiores no TSE sobre problemas na distribuição da propaganda dos candidatos desde as eleições de 2018.

No entanto, a justiça eleitoral brasileira divulgou um comunicado nesta quarta-feira informando que “não é função do Tribunal Superior Eleitoral distribuir o material a ser veiculado no horário gratuito" pelas rádios e televisões, mas que são "as emissoras de rádio e de televisão" que devem planear para ter acesso "às mídias e divulgá-las seguindo as regras estabelecidas”.

A média das últimas sondagens realizadas no país indica que Lula da Silva lidera a corrida presidencial com cerca de cinco pontos à frente de seu adversário, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.

A segunda volta da eleição presidencial brasileira acontece domingo, 30 de outubro.

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