O que se sabe sobre a queda do Boeing 737 da China Eastern Airlines

21 mar 2022, 23:56
Destroços de avião que se despenhou em Tengxian, na China (Xinhua via AP)

Não há sinais de sobreviventes, mas também não foram ainda confirmadas mortes. Após a queda, a China suspendeu todos os voos de Boeing e isso levou a uma queda das ações

Um Boeing 737-800 da China Eastern Airlines com 132 pessoas a bordo despenhou-se, esta segunda-feira, nas montanhas da região de Guangxi, no sudoeste da China. O acidente foi confirmado pela Administração de Aviação Civil da China (CAAC).

Até ao momento, não há sinais de sobreviventes, mas também não foram ainda confirmadas vítimas. No entanto, avança a Reuters, a companhia aérea - que já abriu uma investigação ao sucedido - lamentou a situação, sem especificar quantas pessoas terão, de facto, morrido no acidente. Apenas confirmou que não havia estrangeiros no voo 5735.

“A situação com vítimas permanece incerta”, disse um relatório online divulgado pela televisão estatal chinesa e citado pelo The New York Times.

Em investigação estão os destroços e os gravadores do avião, mas as operações de busca ficaram dificultadas durante a noite pela falta de eletricidade. As autoridades procuram entender porque é que o avião caiu verticalmente num ângulo de 35 graus, embatendo nas montanhas a alta velocidade. O avião voava a 842 km/hora a cerca de 29 mil pés (8,8 quilómetros), revela a Associated Press, que adianta também que o avião desceu para 7.400 pés (2,25 quilómetros) antes de recuperar cerca de 1.200 pés de altitude (365 metros), depois mergulhou novamente e acabou por cair a pique e causar um incêndio, que alguns meios de comunicação internacionais afirmam que era visível do espaço.

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He foi designado para coordenar e analisar a operação de resgate e a investigação por parte das autoridades chinesas.

Segundo a Bloomberg, que cita os sites Aviation Safety Network e FlightRadar, o avião em causa tinha seis anos e desde 8 de janeiro de 2020 que não ocorria um acidente fatal com um 737-800. O último acidente fatal que envolveu a China Eastern foi em 2004, quando um avião com destino a Xangai caiu na Mongólia Interior, matando 53 pessoas a bordo e duas pessoas no solo. 

China Eastern Airlines Boeing 737-800 (David Chang/EPA)

A Administração de Aviação Civil da China disse que o avião MU5735 da China Eastern Airlines faria a ligação de Kunming a Guangzhou. Segundo o FlightRadar24, o voo partiu às 13:11 (05:11 em Lisboa) e emitiu sinal até às 14:22 (06:22 em Lisboa). Era suposto ter aterrado às 15:05 (07:05 em Lisboa).

A China Eastern perdeu o contacto com o avião quando este sobrevoava Wuzhou, disse a CAAC, citado pela Reuters. O avião terá parado de transmitir dados 96 segundos depois de começar a cair.

Segundo o site UOL, este modelo de avião foi protagonista de outros dez acidentes fatais desde o início das suas operações, em 1997, sendo que um deles foi no Brasil, em 2006.

O acidente desta segunda-feira na China levou a uma descida de quase 10% das ações da fabricante de aeronaves norte-americana Boeing, relata a Sky News. As ações da empresa fecharam em 3,6%, eliminando milhares de milhões de dólares do valor de mercado da empresa.  Dave Calhoun, CEO da Boeing já ofereceu total apoio à investigação.

Também segundo a Bloomberg, o acidente aconteceu no momento em que a Boeing se prepara para a reentrada do seu 737 Max nas escalas comerciais da China após uma paralisação de três anos devido a dois acidentes fatais que mataram 346 pessoas. A China tem mais aviões 737-800 do que qualquer outro país – quase 1.200, diz a Associated Press.

Parentes, amigos e colegas do passageiros reuniram-se esta noite no Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun para uma homenagem a todos os que estavam no voo.

Milhares de bombeiros, polícias e tropas paramilitares vão reunir-se na terça-feira para procurar quaisquer sobreviventes, avança o The New York Times.

Relacionados

Ásia

Mais Ásia

Patrocinados