"Viagens malucas é uma especialidade" de Jonee - e esta teve mais de 19 horas de comboio só para ver o FC Porto no Ártico

27 set, 15:00
Estádio do Bodø/Glimt, na Noruega (Matt McNulty - UEFA/UEFA via Getty Images)

Estreia na Liga Europa trouxe uma das deslocações mais remotas dos últimos anos no futebol português. Este português não quis perder nada e saiu de Manchester para chegar ao destino mais de um dia depois

João, ou Jonee, como gosta de ser tratado por viver há tantos anos em Inglaterra, sabia que ia chegar cansado a um dos pontos mais a norte do planeta, mas também sabia que ia lá chegar satisfeito, mesmo que esse fosse o culminar de uma autêntica “loucura”, como o próprio assume.

Quando saiu o sorteio da fase de liga da Liga Europa e ficou desenhado que o FC Porto teria a sua estreia em Bodø, a apenas 90 quilómetros do Círculo Polar Ártico, este adepto dos dragões, que em casa até escreve em alguns projetos sobre futebol, meteu na cabeça que tinha mesmo de ir ver o jogo, mas não de qualquer forma.

“Viagens malucas é, de certa forma, uma especialidade minha. É raro viajar para o ponto A ou B e não acabar em ponto Y ou Z”, explica em conversa com a CNN Portugal, a partir de Manchester, onde vive.

E este caso, por muito “maluco” que possa ter sido, até acabou por não motivar um desses desvios da rota. Jonee, que partilhou a sua história na rede social X, queria ir de Manchester a Bodø e foi de Manchester a Bodø, uma pequena cidade no norte da Noruega onde agora mora o melhor clube do país, que até há uns anos era desconhecido da maioria das pessoas.

A publicação atingiu dimensão tal que nem as redes sociais do FC Porto ficaram indiferentes.

O trajeto desenhou-o logo na cabeça, para depois o colocar em prática. Foi de Manchester a Oslo de avião - cerca de duas horas de viagem -, mas a parte mais “maluca” veio a seguir. A Bodø não é tão fácil de chegar, e vir de Oslo, a menos que seja de comboio, implica atravessar quase toda a Noruega, incluindo em acessos que atravessam os fiordes.

Foi essa uma das razões que levou Jonee a optar pela inusitada via ferroviária: “Sou um grande fã de viagens de comboio e sabia, por experiência própria, que o trajeto Oslo- Bodø é muito bonito em termos de paisagens”.

“Sabia que iria chegar cansado, mas satisfeito. Afinal de contas, viajar é suposto ser um desafio ao normal do dia a dia”, acrescenta, ele que segue o FC Porto para vários pontos da Europa, mas que certamente terá dificuldade em apontar uma deslocação tão remota como esta nos últimos anos. O próprio diz que “a localização de Bodø permite uma viagem a uma escala que basicamente mais nenhum sítio na Europa oferece”.

O pior foi mesmo o resultado, admite Jonee, que viu o FC Porto começar bem - Samu marcou o primeiro golo deste novo formato da Liga Europa -, mas depois sucumbir a um Bodø/Glimt “adulterado”, embora não muito diferente do que já fez a outras equipas de renome - lembra-se dos 6-1 à Roma de José Mourinho?

“Nenhum adepto gosta de perder, mas há viagens que valem por si mesmas. E ver o meu clube será sempre um prazer, até porque vivo a 2.300 quilómetros do Porto”, afirma, deixando apenas más recordações da comida - “o sul da Europa é o melhor sítio do mundo para comer”.

Ainda sobre a estranheza da viagem, Jonee brinca: “Se o clube me quisesse contratar, eu fazia estas viagens para todos os jogos, mesmo que jogo fosse em Coimbra… voava para a Turquia e depois vinha de comboio”.

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