BE vai propor alteração ao Orçamento do Estado para incluir apoio aos professores deslocados

Agência Lusa , BC
2 nov 2022, 17:56

Catarina Martins e Joana Mortágua estiveram na concentração dos professores em frente à Assembleia da República, em dia de greve dos docentes

A coordenadora do BE, Catarina Martins, criticou esta quarta-feira que o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) não preveja um apoio aos professores deslocados, anunciando que o partido vai apresentar uma proposta de alteração ao documento do Governo nesse sentido.

Catarina Martins e Joana Mortágua estiveram hoje, em representação do BE, na concentração dos professores em frente à Assembleia da República, em Lisboa, um protesto ao qual se juntaram também os deputados do PCP Paula Santos e Alfredo Maia.

“É absolutamente impossível de explicar que o orçamento da educação não tenha essa força e esse respeito para com os professores e para com todos os trabalhadores da escola e que uma medida tão básica como apoiar os professores deslocados continue a não existir”, disse aos jornalistas a líder do BE.

Para Catarina Martins, devido aos preços de habitação em Portugal “há escolas que ficam sem professores porque pura e simplesmente, com o seu salário, os professores não podem ir para onde estão a faltar”.

“E este Orçamento do Estado não responde pelas condições da escola, não responde pelas carreiras dos professores e também não faz esse passo básico que é apoiar na deslocação os professores que todas as semanas, às vezes todos os dias, fazem tantos quilómetros para garantir que a escola pública continua a funcionar”, criticou.

O BE vai por isso voltar a apresentar uma proposta de alteração ao OE2023 para que este apoio seja uma realidade, juntamente com “outras propostas fundamentais”.

“Os professores têm sido uns heróis no nosso país. A OCDE ainda recentemente dizia que nós não gastamos em educação o que devemos gastar para ter uma educação de qualidade e os professores têm tido carreiras congeladas, com baixos salários, com falta de condições nas escolas, são professores, são administrativos, são psicólogos, são assistentes sociais, têm de colmatar todas as falhas da escola e lá estão todos os dias e o que precisavam era que este Orçamento do Estado os tratasse um bocadinho melhor”, defendeu.

Também em declarações aos jornalistas, Paula Santos solidarizou-se com a luta dos professores, considerando que “é uma luta em defesa da escola pública, pela valorização da profissão”.

A dirigente comunista apontou um problema que é o de haver “milhares de crianças que não têm professores a todas as disciplinas”, uma consequência da “falta de resposta por parte do Governo” para resolver este e outros problemas que persistem na Educação.

A “valorização das carreiras” dos professores devia estar vertida na proposta de Orçamento do Estado para 2023 uma vez que é a única maneira de “atrair mais professores, para atrair mais jovens para a profissão e para que se garanta a todos os alunos professores a todas as disciplinas”, sem esquecer “a vinculação” dos docentes.

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