“Faltam professores porque o Governo falhou ao país e à escola pública”, diz Bloco

Agência Lusa , NM
6 jan 2022, 17:25
Joana Mortágua (Mário Cruz/LUSA)

Tanto a deputada bloquista Joana Mortágua como Mariana Silva, do PEV, acusam o Executivo de não ter sido capaz de criar condições para colmatar a carência de recursos humanos na Educação

O Bloco de Esquerda acusou esta quinta-feira o Governo de ter falhado “ao país e à escola pública” e por isso faltarem professores, com o PEV a manifestar “espanto perante a preocupação e promessas” do PS sobre a colocação destes profissionais.

Nas declarações políticas desta quinta-feira durante a reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, o BE usou todo o seu tempo para falar da falta de professores - com críticas ao Governo do PS, mas também a anteriores executivos do PSD – e o PEV, apesar de se ter debruçado sobre outros temas, terminou a sua intervenção com o dedo apontado aos socialistas nesta área.

“Faltam professores porque o Governo falhou ao país e à escola pública”, acusou a deputada do BE Joana Mortágua.

A bloquista tinha afirmado que a falta de professores tem origem em “muitas razões, mas isso não significa que haja soluções”.

“Alterar a norma travão, fazer uma vinculação extraordinária, apoiar professores deslocados nos transportes e habitação, reconhecer direitos aos professores com horários incompletos, diminuir a dimensão dos quadros de zona pedagógica, rever a formação inicial, permitir a progressão na carreira”, elencou como exemplos de “algumas das soluções propostas pelo BE e até agora negadas pelo PS”.

Acusando o executivo socialista de não estar preparado para enfrentar esta falta de professores, Joana Mortágua enfatizou que esta não é uma herança que partilhe com os socialistas.

PEV crítica políticas na Educação

Anteriormente, pelo PEV, a deputada Mariana Silva tinha terminado a sua intervenção – que passou por diferentes temas como a pandemia, os transportes públicos e a necessidade de encontrar soluções para que o voto nas legislativas não seja impedido devido ao surto epidémico de covid-19 – precisamente focada na questão dos professores.

“Uma vez que falamos sobre as escolas, não queremos deixar passar a oportunidade para manifestar o nosso espanto perante a preocupação e as promessas correspondentes que o PS revelou nos últimos dias quanto à colocação dos professores”, atirou.

De acordo com a deputada do PEV, “há milhares de professores sem trabalho e milhares de alunos sem professores”, enquanto “há professores do Norte que são colocados a sul e vice-versa” e “professores em todo o país que ficam a dar aulas a centenas de quilómetros de casa”.

“O PS tirou da cartola a promessa de que vai agora alterar o concurso de colocação de professores para que não andem com a casa às costas. Como vai fazer não diz, quando vai fazer não diz, mas agora vale tudo”, criticou, numa referência a promessas em período eleitoral.

Para Mariana Silva, “o primeiro-ministro que ameaçou demitir-se porque a Assembleia da República ia decidir devolver aos professores direitos que lhe foram roubados nunca quis responder aos professores”.

“Palavras leva-as o vento”, avisou.

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