Catarina Martins elogia trabalho da PJ na detenção do João Rendeiro

Agência Lusa , NM
11 dez 2021, 18:27

Coordenadora-geral do Bloco de Esquerda lembra ainda que se o ex-banqueiro "estava num ‘resort’ de luxo, é porque tinha contas ‘offshore’ que lhe permitiram fugir” e critica o Parlamento por ter sido incapaz de detetar estas "fugas de dinheiro"

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) elogiou este sábado a atuação da Polícia Judiciária (PJ) e a forma como fez o seu trabalho, numa alusão à detenção do ex-banqueiro João Rendeiro, na África do Sul.

“A PJ fez o seu trabalho e hoje é dia de saudar a polícia e a forma como faz o seu trabalho”, disse Catarina Martins durante a intervenção na apresentação do cabeça de lista nas eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022 pelo círculo eleitoral de Faro, em Lagoa, no Algarve.

Catarina Martins adiantou que se a PJ fez o seu trabalho, “o parlamento também tem de fazer o seu, porque se João Rendeiro estava num ‘resort’ de luxo, é porque tinha contas ‘offshore’ que lhe permitiram fugir”.

“Estas fugas, a fuga do dinheiro, essa também tem de ser combatida”, advogou.

O ex-banqueiro João Rendeiro, sobre quem pendia um mandado de detenção internacional, foi este sábado detido na África do Sul, anunciou o diretor nacional da Polícia Judiciária.

De acordo com Luís Neves, João Rendeiro foi detido às 07:00 locais (05:00 em Lisboa) na República da África do Sul, onde chegou no dia 18 de setembro, adiantando que o ex-banqueiro reagiu com surpresa à detenção “porque não estava à espera”.

Na sua intervenção, a líder bloquista ironizou com a detenção do ex-banqueiro, ao apontar o dia “em que os seus camaradas [que integram as listas eleitorais] têm concorrência, por nenhum deles ser o homem do dia, porque Portugal dedica este sábado muito do seu tempo com outra personagem”.

“Alguém que teve uma vida de sucesso, não se pode dizer de outra forma. Um homem que estava a passar um fim de ano tranquilo num ‘resort’ de luxo, como merecia e que, infelizmente, a PJ bateu-lhe à porta esta madrugada”, apontou.

Catarina Martins recordou que em 2008, no dia em que João Rendeiro lançava o livro da sua autoria ‘Testemunhos de um banqueiro’, “onde explicava como tinha feito o seu percurso, quase do nada até ao topo da finança, soube-se que o banco BPP precisava ali de 750 milhõezinhos do Estado”.

“Em 2021, já depois de condenado [pela justiça] lançou um livro em defesa da honra para demonstrar que o problema era mesmo da justiça e que ele era um homem injustiçado”, lembrou.

As autoridades portuguesas já tinham emitido dois mandados de detenção, europeu e internacional, para o antigo presidente do BPP, para que o ex-banqueiro cumpra a medida de coação de prisão preventiva.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.

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