Esta caixa do tesouro contém mais de 65 objetos raros, juntamente com ouro e outros metais preciosos
O que é preciso para canalizar o espírito explorador de Jacques Cousteau e procurar um tesouro secreto?
Para Jon Collins-Black, esta pergunta desencadeou uma jornada emocionante que o levou a esconder cinco baús de tesouro nos Estados Unidos.
O seu novo livro, “There's Treasure Inside” [à letra, "Há um Tesouro Dentro"] , oferece dicas aos ávidos caçadores de tesouros, enviando-os numa expedição para encontrar arcas escondidas com um valor total de prémios superior a 2 milhões de dólares (1,9 milhões de euros ao câmbio atual).
A inspiração
Collins-Black sempre foi entusiasta da fantasia, mergulhando desde a infância em jogos e aventuras míticas como Dungeons & Dragons.
Em 2015, o músico e empresário de sucesso estava à procura de uma mudança de ritmo e imaginou um projeto que o ajudasse a reconectar-se com a sua imaginação mais jovem.
Motivado pela infame caça ao tesouro de Forrest Fenn, lançada em 2010, Collins-Black sonhava em criar algo mais pessoal e acessível. Em vez do baú único de Fenn escondido nas Montanhas Rochosas, Collins-Black imaginou vários baús que permitissem a cada pessoa em todo o país ter a oportunidade de estar mais perto de um dos baús.
“Queria que os baús estivessem espalhados para dar às pessoas uma possibilidade otimista e aventureira”, diz.
Com um passado criativo na escrita, desde a poesia à edição de livros para crianças, Collins-Black combinou as suas capacidades para produzir “There's Treasure Inside”, destinado a entreter mesmo aqueles que não planeiam procurar o tesouro.
A busca
Cada capítulo contém pistas pormenorizadas que conduzem a um dos cinco baús.
Embora Collins-Black se mantenha calado sobre os pormenores do livro, ele garante que qualquer pessoa pode encontrar o tesouro. “Todas as pistas de que precisa estão no livro”, afirma.
Para proteger a integridade da busca, Collins-Black trabalhou com o menor número possível de estrategas e editores para evitar que qualquer pista chegasse ao público. Decidiu manter a localização do tesouro em segredo até da sua mulher.
“Não podia consultar outras pessoas porque não queria que (elas) ficassem com o fardo”, diz.
Sem um plano claro para um projeto tão ambicioso, fez experiências por tentativa e erro, programando cuidadosamente a dificuldade das pistas.
“There's Treasure Inside” já criou um burburinho, com milhares de participantes a reunirem-se em canais de discussão como no Discord para partilharem as suas teorias. Muitos estão mesmo convencidos de que conseguiram identificar os estados onde o tesouro está localizado, de acordo com Collins-Black.
Os aventureiros não precisam de se preocupar com a sua segurança enquanto procuram, garante. Não é necessária nenhuma exploração subaquática perigosa, escalada ou entrada em propriedade privada, e qualquer pessoa de saúde normal pode viajar para os locais. E é importante saber que não é necessário escavar para encontrar o tesouro.
Embora Collins-Black queira que a caça ao tesouro seja exigente, é claro quanto ao calendário: “Espero e acho que pode demorar um pouco, mas não preciso que isto demore para sempre”, declara.
Se os baús continuarem por encontrar durante vários anos, ele acredita que irá lançar pistas adicionais - ou talvez até uma sequela - para ver a sua missão ganhar vida.
O tesouro
Collins-Black selecionou meticulosamente os tesouros escondidos nas arcas para cativar uma vasta gama de interesses e oferecer uma experiência de caça ao tesouro sem paralelo.
Em colaboração com historiadores, Collins-Black participou em leilões até criar a coleção perfeita e única. Financiou as peças com o dinheiro que poupou dos primeiros investimentos em bitcoin.
“Eu era como uma criança numa loja de doces”, descreve.
Dentro dos baús, os aventureiros podem esperar encontrar itens como cartas raras de Pokémon, recompensas de naufrágios, recordações desportivas, ouro e medalhas preciosas.
Entre os objectos mais valiosos encontram-se os que têm significado histórico, incluindo artigos que pertenceram ou foram feitos por Pablo Picasso, George Washington, Amelia Earhart e Jacqueline Kennedy Onassis.
Enquanto os baús aguardam a descoberta, o valor de muitos objectos continua a aumentar.
É quase impossível para Collins-Black selecionar um item favorito do lote, mas alguns itens específicos - um broche que pertenceu a Jackie Onassis, uma esmeralda de 96 quilates e a medalha de ouro olímpica de Wilma Rudolph de 1960 - ocupam um lugar especial no seu coração.
O único objeto da sua lista de desejos que não conseguiu obter foi um dos cachimbos de Albert Einstein, que perdeu numa guerra de licitações.
Uma arca foi intencionalmente feita maior e mais valiosa do que as outras, para aumentar a parada.
“Queria dar mais valor do que nunca a uma arca do tesouro”, explica.
Com pistas à espera de serem desvendadas e tesouros a serem descobertos, a busca está oficialmente iniciada. Será você o único a encontrar o grande prémio?
