Morreu o contrabaixista 'Binau', uma das figuras históricas do jazz em Portugal

Agência Lusa , CE
4 nov 2022, 13:47
Contrabaixo (GettyImages)

Bernardo Moreira tinha 90 anos

O contrabaixista Bernardo Moreira, uma das figuras históricas do jazz em Portugal e indissociável do Hot Clube de Portugal (HCP), morreu na quinta-feira em Lisboa aos 90 anos, revelou à Lusa a presidente do HCP, Inês Cunha.

Bernardo Moreira, ou Binau, como era conhecido, nasceu em Coimbra em 1932, era engenheiro civil de formação, mas o seu nome está associado sobretudo ao jazz, como músico, divulgador, formador e dirigente do Hot Clube de Portugal.

Inês Cunha recorda que o contrabaixista teve "uma participação muito ativa no desenvolvimento e implantação do jazz em Portugal" a partir da década de 1950, em particular com o HCP, fundado em 1948 por Luís Villas-Boas.

Nos anos 1950, Bernardo Moreira integrou a formação do histórico quarteto do Hot Clube, juntamente com Manuel Jorge Veloso (baterista), Jean-Pierre Gebler (saxofonista) e Justiniano Canelhas (pianista), e privou e tocou com diferentes gerações de músicos portugueses e estrangeiros de jazz.

Desde 1987 foi professor de História do Jazz na Escola do Hot Clube e presidiu ao conselho diretivo do clube de jazz entre 1992 e 2009.

Em 2008, quando o HCP celebrou 60 anos, Bernardo Moreira dizia, em entrevista à agência Lusa, que tinha o desejo de criar uma Casa do Jazz, com o espólio de Vilas-Boas, como contributo para a história do jazz em Portugal.

Bernardo Moreira era casado com a escritora Yvette Centeno e teve quatro filhos, todos eles músicos ligados ao jazz - Pedro Moreira, Bernardo Moreira, João Moreira e Miguel Moreira.

 O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, já lamentou a morte do músico, que classificou como uma “figura ímpar na história do jazz em Portugal”.

 

“Binau, como era conhecido, criou uma identidade própria que passou a vida a ensinar e que certamente se perpetuará através dos seus quatro filhos, todos eles músicos de jazz. Celebremos hoje o imenso privilégio do legado que nos deixa”, pode ler-se numa mensagem publicada na conta oficial do Ministério da Cultura no Twitter.

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