Portugal paga quase 2% para se financiar a 12 meses. São oito vezes mais que no último leilão

21 set 2022, 12:27
Euros

Política agressiva de juros pelos bancos centrais está a refletir-se no aumento dos custos de financiamento de Portugal

Portugal colocou 1.250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a seis e a 12 meses, mas a taxa de juro que teve de pagar foi bastante superior à registada nos últimos leilões comparáveis.

No leilão a 12 meses, Portugal consegui obter 810 milhões de euros de financiamento, mas pagou uma taxa de juro média de 1,916%. Em maio, a última vez que Portugal tinha emitido dívida a 12 meses, tinha obtido um financiamento de 875 milhões de euros, mas a taxa de juro foi de apenas 0,236%. Ou seja, hoje, pagou oito vezes mais.

No prazo mais curto, de seis meses, foram colocados hoje 440 milhões de euros à taxa de juro média de 1,291%, superior à de -0,179% verificada também em 18 de maio, quando foram colocados 625 milhões de euros em BT com a mesma maturidade.

Apesar da subida das taxas de juro verificadas na emissão de hoje, o analista Filipe Silva, do Banco Carregosa lembra, no entanto, que "o spread da dívida nacional versus a Alemanha tem estado estável, e a refletir o bom momento que a economia tem vivido".

O mesmo analista sublinha ainda assim que "a era dos juros negativos chegou ao fim e o custo do serviço da dívida vai continuar a aumentar", mas se os Bancos Centrais conseguirem os seus objetivos e controlarem a inflação "as subidas abruptas que temos assistido irão suavizar a prazo.”

O agravamento dos custos de financiamento que se está a verificar resulta do facto de os bancos centrais, um pouco por todo o mundo, estarem a seguir uma política agressiva de subida das taxas de juro numa tentativa de controlarem a aceleração da taxa de inflação.

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