Ucrânia acusa Putin de manipular líderes mundiais com corredores humanitários que vão parar à Rússia ou Bielorrússia. Das seis rotas sugeridas para esta segunda-feira, apenas Mariupol e Sumy têm corredores que levam a outras partes da Ucrânia. As restantes acabam nas mãos da Federação Russa
Às primeiras horas de segunda-feira, Moscovo anunciava que ia permitir a abertura de corredores humanitários, a partir das 10:00 (07:00 em Lisboa), na capital ucraniana, Kiev, e nas cidades de Mariupol, Kharkiv e Sumi.
A informação foi prestada à Cruz Vermelha, à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e à ONU, e iria garantir a saída de milhares de pessoas. Só em Mariupol há cerca de 300 mil civis à espera para deixarem a cidade, que está debaixo de fortes bombardeamentos, indicou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
No entanto, cerca das 11:00 (hora de Lisboa), as autoridades ucranianas anunciaram que os corredores humanitários ainda não foram abertos e disseram que as propostas russas são "inaceitáveis", uma vez que apenas Mariupol e Sumy têm rotas de evacuação que não levam os cidadãos à Rússia ou à Bielorrússia (aliado dos russos).
"É uma forma inaceitável de abrir corredores humanitários. A nossa gente não vai de Kiev para a Bielorrússia para depois ser enviada para a Rússia", afirmou.
Segundo a governante, as Nações Unidas estão a participar nas negociações dos corredores humanitários e Vereshchuk já pediu ajuda aos EUA, Reino Unido e à França para ajudarem a estabelecer os corredores.
Também um porta-voz do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já afirmou que os cidadãos ucranianos devem ter a possibilidade de deixar as suas casas através do seu país.
Quatro cidades, seis corredores
Kiev, Mariupol, Kharkiv e Sumi. São quatro as cidades que se preparam para fazer sair milhares de cidadãos nos corredores humanitários que falham desde sábado. De acordo com a agência russa Ria, as rotas estão estabelecidas e apenas duas acabam na Ucrânia.
Mariupol - uma rota termina na Rússia e outra rota termina em Zaporizhzhya, na Ucrânia
Kharkiv - rota termina na Rússia
Sumy - uma rota termina na Rússia e outra termina na Ucrânia
Kiev - rota termina na Bielorrússia