Dos 22 milhões de euros para o cérebro financeiro aos 43.500€ para a diretora da poupança: a teia que Salgado montou no BES - os factos e as suspeitas

15 out, 07:00
Ricardo Salgado (ECO)

António Soares transitou para o BES vida mas acabou por se demitir após ser descoberto a colocar naquela empresa títulos tóxicos Lusa 

Trata-se de um "grupo restrito e estável" de 14 homens e mulheres, ex-funcionários do BES que chegaram a posições de destaque e foram peças centrais nos planos de Ricardo Salgado. Comunicavam através de redes secretas e partilhavam informação sensível. Esta terça-feira sentam-se no banco dos réus

Ricardo Salgado é o principal rosto do processo que levou à derrocada do Banco Espírito Santo, mas não agiu sozinho. Nos bastidores, montou com detalhe um grupo de homens e mulheres, todos funcionários do banco, que tinham conhecimentos técnicos e que eram essenciais para conseguir agir nas várias áreas do setor bancário. Uns utilizou para criar sociedades que serviram para disfarçar a fragilidade do GES, a outros recorria para falsificar documentos e contas, outros ainda foram essenciais para criar e desenvolver esquemas que iam alimentando o 'saco azul' do grupo. Ao todo, são 14 “cúmplices” e estão agora no banco dos réus por o Ministério Público considerar terem sido peões essenciais no plano que terá causado 8.000 milhões de euros em danos aos cofres públicos

Foi através destes atores que Ricardo Salgado conseguiu gerir operações como a Eurofin, através da qual conseguiu desviar dinheiro para o saco azul do grupo e encobrir o colapso das empresas que controlava. A maior parte são diretores e administradores que começaram a trabalhar nos anos 90 no banco. Ao longo dos anos foram pagos centenas de milhares de euros pelo seu papel no esquema do líder do clã Espírito Santo.
 

Trata-se, segundo o Ministério Público (MP), de um “grupo restrito e estável” de funcionários capazes de desenvolver “soluções que satisfizessem fins criminosos” de Salgado. Comunicavam através de redes secretas dentro do BES e foram muito bem pagos. Alguns mantiveram-se no banco após a derrocada, outros viraram-se contra os superiores e há ainda quem tenha colaborado com a justiça.

O ex-anónimo: Francisco Machado da Cruz

Francisco Machado da Cruz (esquerda) durante a comissão de inquérito à queda do BES  Lusa

Nasceu em Angola em 1958, mas durante grande parte da sua vida viveu na Quinta da Bicuda, em Cascais, uma zona de luxo ao pé da Quinta da Marinha, onde reside Salgado. Tornou-se em 2002 contabilista do Grupo Espírito Santo (GES), cargo que manteve até 2014. Passou grande parte da carreira no anonimato, mas tornou-se conhecido quando foi implicado como um dos responsáveis pela queda do banco. Foi, aliás, o próprio Ricardo Salgado que atirou para este antigo funcionário uma grande parte das culpas.

A intervenção deste contabilista no caso BES começa no ano de 2009, altura em que a Espírito Santo International, a holding que controlava as empresas das várias áreas de negócios do grupo, se encontrava em bancarrota - com capitais próprios negativos de mais de 960 milhões de euros. 

É perante esta “impotência económica”, como descreve o MP, que entra Francisco Machado da Cruz. Foi a este homem, hoje com 64 anos, que Ricardo Salgado recorreu para esconder a falência técnica da sociedade, dando-lhe uma “aparência de regularidade” ao mesmo tempo que tentava captar dinheiro de clientes do BES para tapar os buracos da ESI.

Assim, entre 2009 e dezembro de 2013, Ricardo Salgado terá ordenado a Machado da Cruz que mandasse funcionários manipular as contas da ESI e, se necessário, produzir documentos fictícios. Isto levou a que, no mesmo período, a sociedade sediada no Luxemburgo apresentasse capitais próprios positivos de 777,3 milhões de euros. 

O contabilista acabou também por ser nomeado por Salgado como o responsável de toda aquela situação. Na última entrevista que o banqueiro deu enquanto líder do BES, apontou o dedo ao "commissaire aux comptes" como sendo responsável pela ocultação de dívida.  “Ele perdeu o pé no meio desta situação”, disse, assegurando na altura que tinha sido apanhado desprevenido e que ninguém da administração do GES tinha tal conhecimento.

Durante o inquérito, Machado da Cruz acabou por colaborar com as autoridades: confessou a falsificação de documentos, mas imputou sempre a Salgado a origem do esquema. Desde então que a defesa do contabilista tem estado em pé de guerra com a do banqueiro, que o acusou de “chantagem” e de ser “mentiroso”.

O "cérebro financeiro" que recebeu 20 milhões lá fora: Amílcar Morais Pires

Amílcar Morais Pires (ao centro) durante a comissão de inquérito à queda do BES

Nasceu em Moçambique e tem 63 anos. É tido pelo Ministério Público como o “cérebro financeiro das operações criminosas”. O administrador financeiro do BES e antigo braço-direito de Salgado foi quem tutelou, a pedido de Salgado, a gestão do negócio Eurofin, que é uma das peças-chaves da acusação no caso BES. 

A Eurofin foi uma sociedade suíça alegadamente criada por “testas de ferro” de Ricardo Salgado que terá servido para parquear entidades offshore financiadas pelos clientes do BES. A empresa, segundo o MP, serviu não só para “absorver ativos tóxicos que Ricardo Salgado não queria ver associados ao BES” a seguir à crise de 2008, mas também para transferir dinheiro para “centrais de tesouraria” fora da esfera do GES - de onde depois era retirado para “entrega a pessoas da eleição de Ricardo Salgado”, “incluindo o próprio”.

Amílcar Morais Pires, que chegou a estar na calha para a presidência executiva do BES, terá sido quem deu a ordem, “satisfazendo os fins pessoais” de Salgado, para que fossem desviados recursos do BES para a Eurofin, “induzindo em erro os demais administradores do banco para que autorizassem os atos necessários a esses fins”. É também acusado de participar na adulteração de contas da Espírito Santo International.

Além disso, como confessou durante o julgamento de Manuel Pinho, admitiu ter recebido mais de 20 milhões de euros em prémios enquanto esteve no banco que eram pagos no estrangeiro. O dinheiro foi transferido de contas do BESA e da Espírito Santo Enterprises, o alegado saco azul do GES.

"Perdeu tudo" nas ações: Isabel Almeida 

Isabel Almeida, antiga diretora do braço financeiro do BES Lusa

A ex-diretora do Departamento Financeiro, de Mercados e de Estudos do banco trabalhava sob a égide de Amílcar Morais Pires, que viria, numa das comissões de inquérito no Parlamento, a acusá-la de receber ordens diretas de Ricardo Salgado. Na prática, segundo o Ministério Público, foi ela quem colocou a dívida da Espírito Santo International, mas também de outros ativos tóxicos como da Rio Forte, nos clientes do BES. 

Para isso, a bancária, de 62 anos, terá convocado a “atuação de todos os departamentos do Grupo BES que tinham contacto direto ou indireto com a tesouraria dos clientes”, afirma a acusação do processo que esta terça-feira começa a ser julgado. 

A sua defesa tem sublinhado recorrentemente que era impossível Isabel Almeida saber que as contas - tanto da ESI como da Rio Forte - eram adulteradas. Já sobre as acusações do ex-chefe, respondeu no Parlamento que o mesmo “renegou 18 anos de trabalho em conjunto”. Na mesma altura, explicou que ela própria tinha sofrido após ter comprado ações do banco. "Mantive as ações e sofri as perdas de valor que julguei - tal como muitos clientes - que recuperaria." Mais: "Perdi tudo o que tinha investido em ações e correspondia a uma parcela muito significativa de anos de trabalho".

O Ministério Público diz ainda que a antiga diretora do BES recebeu perto de 2,8 milhões de euros em contas do Banque Privée Espírito Santo mas também de outras off-shore no universo GES, como Alpha Management e Bank Espírito Santo Limite.
 

O braço-direito de Isabel Almeida: António Soares

Era o braço-direito de Isabel Almeida no Departamento Financeiro, de Mercados e de Estudos (DFME) e era também ex-administrador do BES Vida. Natural da África do Sul, é apontado como um dos executores de Ricardo Salgado no negócio da Eurofin. Este esquema surgiu em 2009, no qual o banco português emitia obrigações que não pagavam juros que depois eram vendidos à Eurofin, que mais tarde os revendia a outros clientes com juros elevados. 

Com isso, a Eurofin ganhava dinheiro e, no final, esse lucro acabava a voltar para a família Espírito Santo e empresas relacionadas com ela. Especificamente, António Soares é apontado como tendo sido responsável por posicionar o património que geria no DFME para comprar estas emissões a preço de desconto e depois passá-las à Eurofin.

Terá recebido como contrapartida deste trabalho cerca de 1,4 milhões de euros vindos de offshores do universo GES. Acabou a gerir a seguradora BES Vida, onde veio a demitir-se em 2014 depois de ter sido descoberto a colocar títulos de dívida do BES na empresa de seguros.
 

Quem tapava os buracos: Paulo Ferreira

O ex-diretor do departamento financeiro do BES respondia a Isabel Almeida e foi um dos que planearam e concretizaram o esquema de emissões a juros zero - que depois eram vendidos à Eurofin. De acordo com a acusação, Ferreira foi também um dos responsáveis por dar ordens à Espírito Santo Resources, a holding responsável pelos investimentos não financeiros do GES, para injetar liquidez e financiar temporariamente a Eurofin sempre que a mesma registava falhas de tesouraria.

É natural de Évora, mas passou grande parte da sua vida a morar em Alcabideche. Foi o último a ser constituído arguido no processo, em junho de 2020. E terá também recebido 229,4 mil euros através de contas off-shore do universo Espírito Santo. 

O intermediário dos clientes com posses: Pedro Costa

Foi alto quadro no BES e trabalhava para o departamento de Ativos Financeiros (ESAF). Nasceu em Meadela em 1965 e começou a trabalhar para o banco quando tinha 33 anos. Era responsável pela pasta dos fundos de investimento mobiliários. A história de Pedro Costa neste caso começa em 2011, quando a ESAF começou a conceber fundos que eram predominantemente compostos por ativos da ESI e da Rio Forte, uma estratégia que suportava em grande parte a tesouraria das duas holdings. 

Mas em 2013 tudo mudou quando o governo de Passos Coelho criou um decreto-lei (n.º 63-A/2013), que, na sua essência, impedia que as gestoras de fundos de investimento concentrassem o seu património em entidades que estivessem ligadas a si. Perante isto, Ricardo Salgado terá determinado que o negócio do BES, especialmente aquele relacionado com clientes com posses, fosse aliciado para o investimento na ESI e na Rio Forte.

Dessa forma, Pedro Costa foi um dos que “lideraram o processo de colocação de dívida ESI e Rio Forte nestes clientes, ao abrigo de programas-chapéu, construídos pelo BES”. Assim, segundo o MP, os clientes de retalho foram induzidos a subscrever este novo produto “com argumentos de garantia de produto à imagem do BES, apresentado, à data, como um exemplo bancário em Portugal”. Tudo isto foi feito com “base em informação falsificada” que levou os clientes a “investir em títulos tóxicos que, além do mais, não valiam o preço que por eles foi cobrado”. 

Entre setembro de 2013 e dezembro de 2013, foi colocado papel comercial ESI em montantes ascendentes a 1500 milhões de euros e, no mesmo período, papel comercial relacionado com a Rio Forte em montantes que chegaram aos 600 milhões de euros. Pedro Costa também terá recebido, através de contas estrangeiras do BES, 143 mil euros. Reportava diretamente a Ricardo Salgado e a Amílcar Pires.

A diretora da poupança: Cláudia Boal de Faria

Cláudia Faria vai a julgamento por seis crimes. Era subordinada de Amílcar Pires Lusa

À semelhança de Pedro Costa, com quem foi casada, a ex-diretora do Departamento de Gestão de Poupança do BES foi outro dos nomes que Ricardo Salgado escolheu para o alegado esquema de colocação de dívida ESI e Rio Forte, na altura ativos tidos como tóxicos, na carteira de clientes do BES. 

Terá recebido 43,5 mil euros através de contas no estrangeiro, dinheiro que o Ministério Público acredita tratar-se de uma alegada contrapartida pela sua participação no esquema denunciado. Reportava a Amílcar Pires.

O elo de ligação com a Suíça: Pedro Cohen Serra

Tem 50 anos. Foi subdiretor do núcleo financeiro do GES que foi responsável por criar o negócio da Eurofin. Mais do que isso, na ótica do Ministério Público, Pedro Cohen Serra foi instrumental para desviar centenas de milhões de euros para o ‘saco azul’ do GES a partir de dois fundos misteriosos criados pela Eurofin e que só vieram a ser desvendados durante a investigação dos ‘Panama Papers’. 

Os fundos que tinham o nome de Zyrcan e Martz Brenan terão servido para vender dívida a clientes do BES e ao mesmo tempo para capitalizar o ‘saco azul’, “dotando-o de liquidez destinada a ser gasta em pagamento de prémios e contrapartidas ocultos”, afirma o MP.

Nestas operações, Pedro Serra, mas também Nuno Escuteiro e Pedro Pinto, são tidos como os executadores e para isso usaram linhas de comunicação privadas, via private net, através das quais comunicavam com os gestores da Eurofin. A ideia, alegam os procuradores, era “manterem oculta a prática criminosa, reiteradamente desenvolvida ao longo de anos”. 

O homem dos cálculos: Nuno Escudeiro

Começou a trabalhar no BES em novembro de 1998 numa posição de back-office na sala de mercados. Lá era responsável por verificar se as operações ordenadas pelos departamentos financeiros estavam conforme a lei. Anos mais tarde viria a ser um elemento central do esquema criminoso de Ricardo Salgado. 

Nuno Escudeiro esteve envolvido no plano de Ricardo Salgado de ordenar a falsificação da contabilidade da ESI para esconder a falência técnica da sociedade e é apontado como o homem que terá feito os cálculos para o GES ter noção da dimensão do seu próprio ‘buraco’ financeiro e como o havia de ‘tapar’. Terá também recebido 141,2 mil euros em contas na Suíça, dinheiro que o MP acredita ter servido de contrapartida à operação em que participou. A partir de 17.02.2014, entrou em licença sem vencimento no BES.

O assessor que escondeu a realidade: João Martins Pereira

João Martins Pereira durante a comissão de inquérito ao colapso do GES Lusa

Foi um dos poucos escolhidos a dedo por Ricardo Salgado para integrar a equipa do BES. Em 2003, saiu do cargo que tinha na consultora PwC para ir trabalhar como assessor do conselho de administração do banco. Mais tarde foi o responsável pela criação do serviço de ‘compliance’ (cumprimento de normas legais e regulamentares). 

Em dezembro de 2013, a Rio Forte, que era a sociedade no Luxemburgo onde se concentravam os ativos não financeiros dos Espírito Santo - turismo, imobiliário, pecuária eg. -, comprou o ramo financeiro do GES, que detinha, entre outros, a Espírito Santo Internacional. Esta movimentação expôs a Rio Forte a uma dívida de elevada dimensão por causa da situação de bancarrota da ESI. 

Perante essa situação, Ricardo Salgado chamou João Martins Pereira, na altura a residir em Londres, para elaborar os relatórios financeiros da Rio Forte de forma a que eles “omitissem intencionalmente a gravidade da situação”, “evitando revelar a real dimensão da insolvência técnica desta empresa”. Em abril de 2014 iniciou um período de baixa médica.

Trocava “poder” por “vantagens" na Venezuela: João Alexandre Silva
 

João Alexandre Silva é apontado como o elo de ligação entre Salgado e o poder na Venezuela. É acusado de dois crimes de falsificação de documentos (1 já prescreveu)/ DR

Entrou no BES em 1994 e foi o ex-director da sucursal do BES na Madeira. Era o vínculo de Ricardo Salgado aos clientes do banco na Venezuela, incluindo empresas públicas e os seus fornecedores. João Alexandre Silva tornou-se um elemento essencial no esquema do Salgado a partir de 2008, altura em que o líder do BES aproveitou uma visita do primeiro-ministro português à Venezuela para fortalecer laços com figuras influentes do governo venezuelano, como o ministro Rafael Ramirez, que também presidia a PDVSA, a maior empresa petrolífera do país. 

Esses contactos, incluindo com o embaixador venezuelano em Portugal, o general Lucas Rincón, visavam abrir portas para o Grupo Espírito Santo e o Banco Espírito Santo no mercado venezuelano. Salgado designou João Alexandre Silva para liderar as negociações com funcionários venezuelanos. 

Entre 2008 e 2014, este gestor terá estado, segundo o Ministério Público, envolvido num esquema de pagamentos ocultos a funcionários públicos venezuelanos, com o objetivo de garantir que o BES e o GES obtivessem “vantagens comerciais”. Em troca, foram oferecidos “poder, influência e dinheiro para facilitar esses negócios”.

Deixou em 2017 o cargo no BES, já sob o nome de Novo Banco.

 

O elo na Suíça: Alexandre Cadosch

Suíço, 61 anos. Nos anos 90 trabalhou para uma empresa ligada ao universo Espírito Santo chamada Gestar. No final dessa década, Ricardo Salgado criou a sociedade Eurofin, na Suíça, que tinha como objetivo, entre outras coisas, absorver ativos tóxicos e transferir dinheiro para o ‘saco azul’ do GES . Alexandre Cadosh foi um dos escolhidos para governar esta nova entidade.

Segundo o Ministério Público, Cadosh terá aceitado ser “testa de ferro” de Salgado para as operações relacionadas com a Eurofin. Entre 2006 e 2013, como alegada contrapartida, recebeu em contas na Suíça 819 mil francos (mais de 872 mil euros) vindos de uma sociedade criada pelo BES em Belize, chamada Clauster.

O homem das coordenadas bancárias: Michel Creton

Nasceu em 1965 em Morges, na Suíça. Era sócio de Alexandre Cadosh na Eurofin e foi também acusado pelo Ministério Público de ser “testa de ferro” de Ricardo Salgado. Foi um dos fundadores, juntamente com Amílcar Morais Pires, de um núcleo no Departamento Financeiro do BES para coordenar os interesses de Ricardo Salgado na empresa suíça.

Além de ser ele que fornecia a Ricardo Salgado as coordenadas das contas bancárias de alguns funcionários do BES, como Pedro Costa, a quem eram pagas contrapartidas, Michel Creton mantinha uma linha de contacto secreta com o departamento financeiro do banco português. Essas comunicações eram feitas através de perfis que tinham o nome “Consult”, “Lisco” ou “Discover” e serviam para passar informação sensível entre Lisboa e Lausanne, a sede da Eurofin.

Michel Creton estudou na escola de hotelaria de Lausanne e foi vice-presidente da Forvest Trust antes de começar a trabalhar para Ricardo Salgado. É divorciado, tem 59 anos. Tem apenas uma publicação na sua conta de Linkedin, há oito anos: uma repartilha de uma fotografia na qual se lê que "todos os profissionais uma vez foram amadores e todos os especialistas foram principiantes. Por isso sonha alto e começa agora". 

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