No Red Light District de Amesterdão, o holograma de uma mulher está sentado atrás de uma janela. Ela olha para os transeuntes, depois parece bater à janela e respirar no vidro. O vidro parece ficar embaciado e aparece a palavra “help” (ajuda).
O holograma é inspirado em Bernadett (“Betty”) Szabó, uma trabalhadora do sexo húngara de 19 anos que foi assassinada na capital neerlandesa em 2009. Agora, mais de 15 anos após a sua morte, a polícia espera descobrir novas informações sobre o seu homicídio.
Szabó cresceu na pobreza, na cidade húngara de Nyíregyháza, antes de se mudar para Amesterdão quando tinha 18 anos e começar a trabalhar como prostituta, informou a polícia neerlandesa num comunicado. Engravidou rapidamente, mas continuou a trabalhar durante a gravidez, dando à luz o seu filho em novembro de 2008.
Três meses depois, foi encontrada morta na sua sala de trabalho, deitada numa poça de sangue. Tinha sido esfaqueada “dezenas de vezes”, de acordo com a polícia neerlandesa.
Apesar de uma investigação em larga escala, em que a polícia monitorizou as câmaras de vigilância, entrevistou testemunhas e vasculhou o local do crime, o caso acabou por arrefecer.
A representação holográfica de Szabó foi criada para chegar àqueles que poderiam saber alguma coisa sobre o seu assassínio, mas que não se manifestaram quando ele aconteceu.
“É difícil determinar o que é necessário para conseguir que as possíveis testemunhas deste caso partilhem as suas informações connosco”, afirmou Benjamin van Gogh, coordenador da Equipa de Pessoas Procuradas e Desaparecidas de Amesterdão, em comunicado.
“O holograma de Betty pode criar uma certa ligação com ela e, assim, convencer uma pessoa a dar-se a conhecer. Neste tipo de casos, tentamos sempre dar um rosto à vítima, para que os informadores saibam por quem o estão a fazer e o holograma é uma forma de ir mais longe”.
A polícia discutiu a campanha com a família de Szabó, disse van Gogh, acrescentando que está “empenhada em fazer isto com dignidade e com o objetivo claro de conseguir alguma forma de justiça para Betty, encontrando o seu assassino ou assassinos”.
Eline Roovers, porta-voz da polícia de Amesterdão, disse à CNN que “nunca é tarde demais para falar”.
“Estudos mostram que as pessoas que cometem um crime como este normalmente contam a várias pessoas - 2,2 pessoas para ser exato - o que fizeram. Isto significa que deve haver pessoas que sabem mais sobre a morte de Betty”, disse.
A recompensa por informações relacionadas com o caso foi aumentada para 30 mil euros (cerca de 32.160 dólares). Amesterdão recebe turistas de todo o mundo, salientou Roovers, pelo que a polícia apela a todos os que visitaram a cidade em fevereiro de 2009 para que entrem em contacto se souberem mais alguma coisa sobre o caso.