Francês detido no Irão desde maio de 2020 inicia greve de fome

Agência Lusa , BMA
27 dez 2021, 17:32
Preso

Benjamin Brière, de 36 anos, que sempre se apresentou como turista e nega as acusações de espionagem

Um francês detido no Irão há mais de um ano e meio por "espionagem", Benjamin Brière, iniciou uma greve de fome para protestar contra as suas condições de detenção, disse esta segunda-feira fonte da sua família à agência France-Presse.

Brière, de 36 anos, que sempre se apresentou como turista e nega as acusações de espionagem, está detido numa prisão no nordeste do Irão desde maio de 2020 por tirar "fotografias de áreas proibidas" com um drone recreativo num parque natural no Irão, segundo o seu advogado.

"Benjamin iniciou a greve de fome no dia 25 de dezembro porque não foi autorizado a telefonar-nos no Natal, mas também para denunciar os abusos que sofreu nos últimos vinte meses", disse a sua irmã Blandine.

Em maio passado, o seu advogado iraniano disse que Brière seria julgado por "espionagem" e "propaganda" contra o sistema político da República Islâmica do Irão. Espionagem é um crime punível com pena de morte naquele país.

"Está a ser feito refém sem motivo. É completamente ilegal. Não sabemos nada sobre o caso dele. Benjamin precisa de mais diplomacia francesa", acrescentou a irmã do detido.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, questionado hoje, disse que está a acompanhar o caso com "a maior atenção" e que mantém "contactos regulares" com ele ao abrigo da proteção consular.

"Teve nova visita consular na terça-feira, 21 de dezembro, e foi contactado hoje pela nossa embaixada", acrescentou o porta-voz adjunto do ministério.

Dois franceses - o investigador Fariba Adelkhah e o turista Benjamin Brière - estão detidos no Irão, tal como uma dezena de outros ocidentais, acusados de espionagem e de ameaçarem a segurança do Estado, o que refutam.

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