Rui Costa: «Enzo? Estar comprometido não é bater no peito»

2 fev 2023, 19:29

Presidente do Benfica explica venda do jogador ao Chelsea

Rui Costa, presidente do Benfica, em entrevista ao canal de televisão do clube, a justificar a transferência de Enzo Fernández para o Chelsea:

«Enzo não era uma transferência que queríamos fazer. Tudo foi feito para que essa venda não se efetuasse. Estou de consciência tranquila, mas tão triste como qualquer benfiquista. Desde o primeiro dia que tentámos não o perder a meio do ano. Eu assumi que não iria vender nenhum dos principais jogadores abaixo da cláusula de rescisão», começou por dizer.

O dirigente explicou, porém, que a intenção de manter Enzo pelo menos até ao final da época esbarrou na intransigência mostrada pelo argentino perante a possibilidade de rumar ao Chelsea.

«Desde o início o Enzo mostrou a vontade de não ficar no Benfica. Propusemos-lhe um aumento salarial, mas perante a proposta que o Chelsea lhe fez, era difícil. Porque metade dela já era inviável para nós. É normal que os clubes dos campeonatos mais ricos consigam aliciar um jogador em Portugal. Ainda assim, tudo fizemos para mitigar essa perda do Enzo até ao fim da época», acrescentou.

Rui Costa elogiou a qualidade do jovem de 22 anos, e até disse entender que o apelo do dinheiro.

«Ele é um jogador extraordinário, não ia perder valor até ao fim da época. Mostrámos que no final da época, iria aparecer o Chelsea e mais um sem número de clubes. Percebo que o jogador entenda que não podia desaproveitar a proposta, até para deixar a família tranquila financeiramente para o resto da vida.»

Ainda assim, nem com o Benfica a garantir que o jogador não perderia dinheiro até ao final da época caso permanecesse, o jogador aceitou ficar.

«Demos-lhe a possibilidade de não perder um euro até ao final da época. A meio da tarde do último dia, propus que ele ficasse até ao final da época, assinando logo pelo Chelsea. Reduziríamos o valor da transferência. Mas o jogador mostrou-se contra ficar no Benfica. E é aqui que as coisas mudam. Porque ele não iria perder um euro, e mesmo assim não quis ficar», revelou.

«É aí que eu mudo [de postura]. Porque ele não estava a mostrar qualquer compromisso com o Benfica. Aí achei que ele não podia jogar mais no Benfica. Misturou-se o benfiquista que sou, o presidente que tem de gerir, e o homem de balneário que sempre fui. Mostrou-se completamente descomprometido com o projeto. Estar comprometido com o projeto não é bater no peito quando quer. Isso qualquer um faz», concluiu.

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