Schmidt: «Vir para o Benfica foi uma das melhores decisões da minha vida»

18 nov 2022, 15:52
Maccabi Haifa-Benfica

Treinador do Benfica falou sobre o futebol português e a sua adaptação ao país à margem da Thinking Football Summit

Treinador do Benfica, Roger Schmidt tem dominado o campeonato português nestes primeiros meses de competição, e ao mesmo tempo que o conhece, já que é a sua primeira experiência no futebol luso.

Numa entrevista a propósito da Thinking Football Summit, o técnico alemão revelou as primeiras impressões da Liga, e fez uma breve comparação sobre outros países onde já trabalhou.

«O que posso dizer é que após cinco meses é que é uma competição muito difícil, mesmo comparando com outros campeonatos nos quais já trabalhei. A preparação para cada jogo é um desafio, e por vezes surpreendemo-nos durante o jogo em si, porque as abordagens das equipas são diferentes do que o esperado. E uma coisa que já reparei é que especialmente no aspeto defensivo, quando se joga contra equipas que não estão no mesmo nível das maiores equipas, como Benfica, FC Porto ou Sporting, os adversários estão sempre bem organizados e destemidos. São muito bons a defender. Essas são as minhas primeiras impressões depois de cinco meses na Liga», começou por dizer.

«É muito difícil comparar campeonatos. Mas como disse no início, os adversários acreditam sempre que têm as suas hipóteses. Sinto sempre que acreditam que podem ganhar. Não ficam sequer contentes quando perdem por poucos golos. E depois depende de cada jogo. Se o adversário marca primeiro do que nós, torna-se muito difícil, como já disse os adversários são muito bons a defender. Já reparei nisso. Noutros países, quando se defronta equipas da segunda metade da tabela, os adversários não acreditam verdadeiramente que podem ganhar. acho que esta é uma das diferenças para outras ligas», continuou.

Depois, Schmidt falou sobre o projeto do Benfica, e do quanto se identifica com a aposta declarada das águias nos futebolistas da formação: «É uma filosofia clara do Benfica, desenvolver jogadores jovens para jogar na equipa principal e posteriormente talvez serem vendidos, até para fomentar esta filosofia de gerar dinheiro para jogar num nível alto no futebol europeu. Acho que é uma filosofia muito boa, é um valor imenso para todos os clubes que os jogadores da formação possam subir à equipa principal.»

«E é uma questão de identidade para o clube e também para os adeptos. Por exemplo, os adeptos do Benfica gostam de ver estes jovens da formação a jogar na equipa principal. Claro que não podemos jogar apenas com jogadores da formação se quisermos jogar a Liga dos Campeões. Isso seria difícil. Mas ter alguns na equipa é muito bom. Gosto disso e acho que tem de ser a política em todos os clubes. Foi uma das razões que me fez vir para aqui, trabalhar com estes jovens jogadores», prosseguiu.

Schmidt e uma das «melhores decisões que já tomou na vida»

E a adaptação ao país, como foi? «Senti-me muito bem-recebido. Os portugueses são muitos acolhedores e muito positivos. Sinto uma energia positiva muito forte no país, especialmente em Lisboa, que é onde estou a maior parte do tempo. Tenho gostado muito de viver e trabalhar aqui. Foi, sem dúvida, uma das melhores decisões que já tomei na vida.»

Por fim, Roger Schmidt definiu-se enquanto pessoa, lembrando que tenta sempre ser genuíno e que é importante gerir bem as relações com os jogadores.

«No meu dia-a-dia, sou tal igual como sou como treinador. Não tento ser diferente. Acho que o importante no futebol, e enquanto treinador, é ser-se genuíno, o que torna as coisas mais fáceis para nós. Se formos uma personagem, é mais difícil. (…) Gosto de estar com os jogadores todos os dias, tal como com o staff, e trabalharmos para estar na melhor forma nos dias de jogo. fazer os adeptos felizes e orgulhosos. Essa é a minha maior motivação. Sou o que sou. Não finjo ser outra pessoa. (…) Tento sempre olhar para a parte humana dos jogadores. Na minha opinião eles só jogam ao melhor nível isso quando estão felizes. Por isso acho que às vezes temos de ter noção de que atrás do jogador há um ser humano», atirou.

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