Roger Schmidt: «Tenho a certeza de que temos muita qualidade»

David Marques , Estádio da Luz, Lisboa
27 jun 2022, 16:50

Treinador alemão deu a primeira conferência de imprensa enquanto técnico do Benfica. Falou sobre a construção do plantel para a nova época, as escolhas que terá de fazer já para a semana, a opção por Javi García e a célebre frase no aeroporto de Lisboa

«Quem gosta de futebol, gosta do Benfica.»

A frase de Roger Schmidt, dita no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, há algumas semanas fez manchetes, caiu bem entre os adeptos do Benfica e deu origem ao fabrico de cachecóis.

Agora, no dia em que deu a primeira conferência de imprensa enquanto treinador do Benfica, o técnico germânico elaborou mais sobre o motivo daquela 'deixa'. «Há alguns clubes no futebol que têm uma longa história, uma longa tradição com jogadores fantásticos e muitos títulos conquistados. Eu sou alemão, de longe de Portugal, mas ainda assim o Benfica é um desses clubes para mim. E foi por isso que eu o disse», disse aos jornalistas numa sala de imprensa do Estádio da Luz na qual estavam também o presidente do Benfica, Rui Costa, e também Lourenço Pereira Coelho, diretor-geral para o futebol.

Ainda faltam mais de 60 dias até ao fecho do mercado de transferências de verão mas, para já, Roger Schmidt está satisfeito com o que tem visto no Benfica.

«Estou muito entusiasmado pelas próximas semanas de trabalho. Hoje [segunda-feira] treinámos pela primeira vez e fiquei com uma impressão muito boa deles, da atitude que tiveram. Espero ter mais informações, mas tenho a certeza de que temos muita qualidade na nossa equipa», afirmou o novo técnico das águias.

No entanto, a partir da próxima semana haverá decisões a tomar de modo a que o plantel se mantenha com um número ideal (ou perto disso) para trabalhar. «Não é urgente [fazer escolhas imediatas]. Está certo: não podemos ter uma equipa com 40 jogadores a treinar diariamente. Mas a pré-época existe para testar alguns jogadores e para dar aos jovens a possibilidade de treinarem com a equipa. Penso que temos de ver diariamente quais são as melhores decisões. E no fim da pré-época precisamos de uma equipa focada em cada jogo. Neste momento temos 25 jogadores. É um bom grupo para trabalhar. Quando chegarem os restantes internacionais, daqui a uma semana, a situação será diferente, mas agora está tudo bem e na próxima semana faremos alguns ajustes»

Depois de duas temporadas nas quais o Benfica ficou atrás dos dois maiores rivais, o objetivo passa por formar uma equipa capaz de voltar aos títulos após três anos e na opinião de Schmidt todos partem em pé de igualdade. «O FC Porto fez muitos pontos na época passada e mereceu ser campeão. O Sporting ficou em segundo, mas isso é passado. No futebol temos sempre de olhar em frente e esta será uma nova época e uma nova oportunidade para trabalharmos duro e estarmos prontos para lutar por títulos. Se partimos atrás dos rivais? Como disse antes, eles na última época foram melhores, mas isso é passado. Toda a gente começa do zero e também para eles este é um novo desafio. Queremos melhorar o nosso desempenho, queremos jogar um futebol diferente e ser mais estáveis nas performances e ter mais pontos. Vamos estar muito focados na nossa preparação para a próxima época, mas queremos desempenhar um papel diferente», apontou.

O técnico germânico disse estar habituado à pressão nos clubes pelos quais passou e que o facto de as águias estarem há vários anos sem títulos não é um peso acrescido que tem sobre os ombros. «Se tivéssemos vencido, também haveria pressão. Para mim não importa. As pessoas responsáveis pelo Benfica, especialmente o presidente e o nosso diretor-desportivo acreditaram que eu seria um bom treinador para o Benfica. A pressão é mostrar-lhes que eles estavam certos e que fizeram uma boa escolha. Essa é a minha ambição. Nos clubes de todo há sempre pressão para ganhar títulos, por isso a pressão não é importante. Temos de fazer com que as pessoas que gostam do Benfica fiquem felizes e orgulhosas da equipa: temos de ser uma equipa lutadora, uma equipa vencedora e que seja capaz de ganhar títulos. Não sinto pressão.»

Schmidt comentou ainda a escolha de Javi García para integrar a equipa técnica. «Foi uma sugestão do clube e eu conheci-o há algumas semanas. Ele foi um grande jogador, mas também é uma excelente pessoa. Está muito motivado por começar uma carreira como treinador e a minha primeira impressão foi top. Estou muito feliz por tê-lo na nossa equipa técnica e a sua experiência no futebol português é muito valiosa para nós, porque quando vamos treinar noutros países há alguns assuntos e detalhes que não conhecemos», concluiu.

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