Benfica-Nice, 3-0 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio do Algarve, Loulé
15 jul 2022, 23:08

Uma nova águia apressada

A pressa é inimiga da perfeição, mas às vezes pode aproximar do sucesso: que o diga o Benfica, que triunfou esta noite ante o Nice, por 3-0, num encontro particular a contar para o Troféu do Algarve.

Após a vitória ante o Reading, no estágio de Inglaterra, as águias iniciaram da melhor maneira a participação o estágio por terras algarvias, numa partida em que venceram duas vezes: no tempo regulamentar e nos penáltis. Aí, coube a Pizzi decidir.

Enzo: chegar e jogar

Na quente noite algarvia, o grande destaque vai para Enzo Fernández: o reforço argentino – oficializado na véspera – ainda não deve conhecer o nome de todos os colegas de equipa, mas mereceu a confiança de Roger Schmidt para se estrear, e a titular.

Enzo fez dupla no meio-campo com Florentino Luís, naquela que foi a outra surpresa da noite: Weigl nem no banco se sentou, mas posteriormente foi comunicado que essa ausência se ficou a dever a motivos físicos (tal como os reforços João Victor e Ristic).

FILME DO JOGO.

Helton Leite, Gilberto, Otamendi, Morato, Grimaldo, David Neres, João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos foram os outros eleitos do técnico alemão para o primeiro tempo.

Uma águia com pressa

E estes 11 futebolistas deram a esta nova águia uma cara que deixou, e com razão, os adeptos com água na boca.

É que, de facto, o nível dos encarnados na primeira parte foi altíssimo.

Sem bola, a pressão asfixiante característica das equipas de Schmidt e que já se tinha visto ante o Reading foi posta em prática em vários momentos, e com sucesso comprovado.

Há momentos, diga-se, em que impressiona: esta águia gosta de ter bola e, sem ela, tem muita pressa em recuperá-la.

Isso, de resto, permite à equipa «agredir» o adversário quando este está frágil – foram várias as recuperações de bola em zonas adiantas no terreno que originaram lances de perigo.

E, tendo a bola, dá azo a que a qualidade individual dos jogadores faça o resto, como no primeiro golo, quando João Mário e Grimaldo combinaram antes de Rafa rematar colocado.

Depois, há outra novidade nesta águia: as bolas paradas.

O segundo e o terceiro golos, de Otamendi e Gilberto, surgiram a partir daí e nota-se um estudo do conjunto da Luz nesse aspeto.

Esses golos, diga-se, foram todos marcados na primeira. Aos 36 minutos, o Benfica já tinha fechado o resultado, tal era a pressa.

Dez caras novas para a segunda parte

Como aconteceu diante do Reading, Roger Schmidt mudou quase toda a equipa para a etapa complementar. Foram a jogo Bah, António Silva, Vertonghen, Gil Dias, Meité, Paulo Bernardo, Pizzi, Chiquinho, Diego Moreira e Yaremchuk – só ficou Helton Leite.

Nos segundos 45 minutos, a formação do treinador alemão não foi tão eficaz, mas mostrou igualmente alguns pormenores interessantes.

A pressão alta continuou a ser tema em cima da mesa – quase permitiu Yaremchuk fazer o 4-0 logo a abrir o segundo tempo –, assim como o gosto em ter a bola no pé. Nesse aspeto, Diego Moreira tentou agitar as águas, enquanto Pizzi e Chiquinho foram tentando, nem sempre com sucesso, fazer algumas combinações.

Ao segundo teste de pré-época, o Benfica de Roger Schmidt já se nota que tem o dedo do técnico germânico. Ainda haverá muito trabalho a fazer, alguns jogadores a serem filtrados, mas a base está lançado.

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