Mundial de Clubes: Benfica-Bayern Munique, 1-0 (reportagem)
Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações aos jornalistas após a vitória sobre o Bayern Munique por 1-0 no encerramento da fase de grupos do Mundial de Clubes:
[Análise ao jogo]
«A estratégia foi recordar o outro jogo com o Bayern em termos defensivos, mas depois ter o outro lado do jogo no momento ofensivo e fazer o que não fizemos de tão bem no primeiro jogo.
Fizemos uma primeira parte muito boa, debaixo de condições climatéricas muito difíceis. Foi com muito mérito que marcámos o primeiro golo. Já fizemos vários golos desta forma. A sair pela esquerda, ir ao corredor direito, envolver e cruzamento. É uma jogada que praticamos muito e que fazemos muito bem. Parte da estratégia era essa e depois aproveitar os duelos individuais e fazer movimentos e contra-movimentos como foi com a oportunidade do Pavlidis, que acredito que noutro momento da época, com mais frescura, podia ter feito também esse segundo golo.
Na segunda parte o Bayern faz logo quatro alterações, vem com jogadores mais frescos e a tentar a mesma dinâmica. Nós fomos substituindo, tendo sempre os olhos na baliza e tivemos uma boa oportunidade. O Bayern teve a oportunidade de empatar o jogo e chegou o momento em que fechámos o jogo com três. Estávamos a ver que os cruzamentos iam sendo consecutivos, os dois centrais precisavam de ajuda e fechámos o jogo com a entrada do Adrian Bajrami, que fez muito bem.
Acho que é uma vitória justa, importante e histórica. Com este golo ultrapassámos o número de golos de 2018/19.»
[Disse que ninguém acreditava que o Benfica pudesse vencer o Bayern. Acha que agora faz os adeptos acreditarem que o Benfica poderá vencer o Mundial de Clubes?]
«O Benfica é isso [risos]. Nós saímos da depressão para a euforia. Temos de dar um passo de cada vez. Passos seguros e sólidos. O que temos de fazer agora é recuperar os jogadores, que foram fantásticos neste calor que se fez sentir e que se tem feito sentir também nas horas do treino.»
[Disse que as equipas brasileiras têm uma vantagem neste Mundial por estarem mais frescas nesta fase da época. Está satisfeito por evitar o Flamengo nos oitavos de final mesmo que isso implique defrontar o Chelsea?]
«A questão da vantagem tem a ver com o facto de estarem a meio da competição, mas as equipas brasileiras também têm um campeonato muito difícil, com muitos jogos e muitas viagens. O que fazemos agora, uma viagem de duas horas de avião para jogar, qualquer equipa brasileira por vezes tem de fazer duas, três, quatro e cinco horas. E muitas delas não têm avião particular, como era o meu caso no Botafogo. Perdia muitas horas no aeroporto.
Chegam num momento diferente. Eu tive praticamente os jogadores fora nas seleções durante 15 dias e depois regressaram para jogar o Mundial de Clubes. Quando falei em vantagem, era isso: estarem em trabalho e pararem a competição e entrar nesta competição. Mas estão completamente habituadas e a fazer um trabalho muito bom. O Botafogo já seguiu em frente na prova num grupo muito difícil, o Flamengo está também numa posição muito boa e o Palmeiras saiu de um resultado de 0-2 e empatou 2-2 e também tem feito uma campanha muito boa. Todas elas têm feito campanhas muito boas e estão a aproveitar muito bem este Mundial de Clubes para darem a conhecer ao mundo o que são como equipas. (…) E nós também viemos com este espírito de mostrar ainda mais o nosso valor e estamos a aproveitar a oportunidade. O que temos de fazer sempre é prometer trabalho. Não vamos vencer os jogos todos, mas temos de entrar em campo, jogar bem, ser agressivos, ter os olhos na baliza do adversário e dar tudo pela nossa camisola e por este grande clube.»