Schmidt: «Para ser honesto, não sabia que Aursnes era tão bom»

3 jun 2023, 18:00
Benfica na Câmara Municipal de Lisboa (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Além dos elogios ao norueguês, o técnico falou do alívio por ter conduzido o Benfica ao título e abordou a saída de Enzo para o Chelsea em janeiro

De férias em Maiorca, Roger Schmidt passou em revista a temporada de estreia no Benfica, clube que conduziu ao título quatro anos depois. O alemão revelou a conversa que teve com Rui Costa antes de assinar e explicou como os adeptos encarnados vivem o clube.

«O presidente do Benfica, Rui Costa, disse durante as negociações que queria que a equipa jogasse como o meu PSV jogava. O interesse surgiu pelos jogos que fizemos contra o Benfica nas rondas preliminares da Liga dos Campeões», começou por dizer, em entrevista ao jornal Algemeen Dagblad.

«O Benfica é uma forma de vida para muita gente mesmo fora de Portugal. É importante ter noção de que é um clube com vários desportos. Seja futsal, andebol ou qualquer desporto em que uma equipa com o nome participe, todas têm adeptos fanáticos. A sensação de clube é vivida de forma ampla e intensa. No meu segundo ano, quero assistir a vários outros desportos. Já está na minha lista», acrescentou ainda.

O técnico, de 56 anos, recordou a passagem pelo PSV e comparou-a com a experiência no Benfica. «Lamento ter sido o único treinador do PSV durante a pandemia de covid-19. Não podemos esquecer o quão decisivo o vírus foi, especialmente na forma física dos jogadores. Todos tiveram covid-19 mais do que uma vez. Em virtude da pandemia, não tive uma "experiência" completa no PSV como agora no Benfica. Foi um prazer trabalhar com todos os jogadores, staff e direção. Mas apenas percebi o que verdadeiramente entusiasmava os adeptos na final da Taça. Mais aí estávamos praticamente no fim», lembrou.

Schmidt foi convidado a falar sobre Fredrik Aursnes, jogador que chegou à Luz proveniente do Feyenoord. O técnico do Benfica assumiu que o rendimento do internacional norueguês superou as suas expetativas.

«Foi uma super transferência, é um jogador-chave na equipa. Fiquei imediatamente de olho nele quando joguei pelo PSV contra o Feyenoord. Mas, para ser honesto, não sabia que ele era tão bom», confessou.

«Tinha grandes expectativas quanto à sua transferência, mas ele superou-as. É um daqueles jogadores que podemos classificar como completo. É refinado tecnicamente e forte fisicamente. No Benfica desenvolveu-se de um médio de controlo no meio-campo para alguém que pode jogar também em zonas exteriores ou até como lateral-direito», reforçou ainda.

De seguida, o alemão debruçou-se sobre a possibilidade de recrutar mais algum jogador da Eredivisie para o Benfica. «Se há mais jogadores como Aursnes? Vamos ver», atirou, entre risos, sem referir diretamente a hipótese de contratar Kerkez (AZ Alkmaar).

O treinador dos encarnados disse que preferia ter ficado com Enzo Fernández apesar de os valores envolvidos na sua transferência para o Chelsea. «Pensamos que a nossa sorte era ele uma cláusula de 120 milhões de euros. E que ninguém seria maluco o suficiente para pagar esse dinheiro por ele. Mas não estávamos a contar com o Chelsea. Mérito para o Benfica pela transferência que conseguiu fazer. Ainda assim, do ponto de vista desportivo, teria preferido manter Enzo.»

Por último, Schmidt admitiu sentir-se «aliviado» por ter vencido o campeonato nacional. «Passou-se um ano muito emocionante. Não estou cansado, mas aliviado por ter conseguido ser campeão. Para o Benfica, a última vez foi há quatro anos. A fome era muito grande, a pressão também», concluiu.

 

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