Schmidt: «Tentei manter João Neves mais um ano, mas era impossível»

13 out, 20:01
Pré-época: Roger Schmidt no Benfica-Fulham (LUIS BRANCA/Lusa)

Treinador alemão diz que «passou em muitos clubes», mas destacou os encarnados pelas camadas jovens

Roger Schmidt, antigo treinador do Benfica, deu uma entrevista a um youtuber francês, chamado Scipion, em que recordou a passagem pelo clube da Luz entre 2022 e 2024, entre outros marcos da carreira.

Schmidt conquistou o título em 2023, na única vez em que as águias celebraram no Marquês de Pombal desde 2019, nos últimos seis anos. O alemão recordou as comemorações do título. 

«Fiquei muito aliviado, para ser sincero, porque quando se faz parte do Benfica, sabe-se o amor e a paciência que há neste clube e nos adeptos. Fazê-los felizes e tornarem-se campeões foi muito importante, porque não ganhavam títulos há três ou quatro anos, por isso fiquei muito aliviado por termos dado um campeonato logo na primeira época», admitindo uma «corrida difícil com o FC Porto». 

«A celebração que se seguiu no Marquês de Pombal foi fantástica. Foi um dos melhores momentos da minha vida futebolística», sublinha o alemão, que agora cumpre funções de conselheiro da Liga japonesa.

Além disso, Roger Schmidt recorda o relacionamento com João Neves e Gonçalo Ramos, dois jogadores em quem apostou no onze titular e que foram vendidos ao PSG. 

«Fomos campeões juntos no Benfica. É essa a filosofia do clube: a certa altura vamos perder este tipo de jogadores. Quando se destacam, ficamos com eles talvez mais um ano, no máximo dois, e depois provavelmente serão vendidos porque o clube precisa deste tipo de transferências», começa por explicar.

«Estes dois jovens jogadores impressionaram-me muito. Não só pela sua qualidade, mas também pelo amor que têm pelo clube. Isto é muito especial no Benfica. Já estive em muitos clubes e também no estrangeiro. Mas o que se sente no Benfica é que os jovens jogadores que estão a crescer nas camadas jovens têm como objetivo jogar no Benfica. Gostam muito do clube e é isso que se vê em campo», continua.

«Tentei manter João Neves mais um ano, mas era impossível. Por isso, acho que ele deu um bom passo e está a mostrar agora, semana após semana, que já está pronto para jogar no estrangeiro num clube internacional de topo. Neste momento, está muito bem em Paris», completa. 

Schmidt diz que gosta de trabalhar com jovens porque eles «não se importam» de jogar em ambientes de grande pressão, dada a vontade de jogar. «Jogam com entusiasmo, positividade», afirma. 

«É bom dar-lhes a oportunidade de mostrarem se estão preparados ou não. E fizemo-lo com o João. E, desde o início, desde os primeiros minutos, vimos um jogador em campo que tem muita confiança, que tem muita qualidade, sem qualquer tipo de dúvidas sobre o que tem de fazer em campo. Por isso, tornou-se logo na primeira época um jogador muito importante e foi também importante para nos tornarmos campeões», finalizou Schmidt. 

O treinador de 58 anos nunca mais orientou uma equipa desde que foi despedido do Benfica, em agosto de 2024. Agora cumpre novas funções. 

 

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