Rui Costa: «Textor? Até como nasceu o processo não era oportuno»

29 jul 2021, 22:44

Presidente do Benfica garantiu que não teve qualquer contacto com o empresário norte-americano e admitiu compreender a reação de Vieira quando este soube que tinha assumido o seu lugar

Pela primeira vez, Rui Costa falou publicamente sobre a intenção do empresário norte-americano, John Textor, em adquirir 25 por cento do capital da SAD do Benfica. O presidente do clube da Luz admitiu que nunca reuniu com Textor e que este não era o momento oportuno para o fazer.

«Não tive nenhum contacto. Não é querer ou não, acho que agora não é oportuno e quem estiver à frente depois das eleições decidirá. Agora, até como nasceu o processo, não era oportuno. Nada contra Textor, ele não criou nenhum dano. É mais um adepto. Só depois quem falar com ele perceberá. Neste momento os focos não são esses. Pela forma como nasceu o processo não era oportuno, era fora do contexto do que se vive. Nada contra John Textor, mas era inoportuno», disse, em entrevista à TVI

Além de ter abordado o duelo com Rui Vitória e o mercado, o dirigente dos encarnados foi convidado a contar e a recontar em detalhe o dia em que Luís Filipe Vieira foi detido e no qual, não lhe restou outra opção, que não fosse ocupar o seu lugar.

«Não houve tempo para pensar. Não poderia recuar num compromisso destes e não assumir esta responsabilidade. Era o número 2 da direção. Isto passou-se quarta-feira, sexta-feira houve reunião da direção e a minha apresentação como presidente. Nesse próprio dia, acordei como diretor desportivo, fui para o Seixal e acabei como presidente do Benfica. Não poderia fugir à minha responsabilidade, ainda para mais num momento como este. Não era o que mais me agradava naquele dia, mas não tinha outra opção», lembrou.

O advogado de Vieira, Magalhães e Silva, revelou que este ficou magoado por Rui Costa ter assumido a presidência do Benfica e que terá dito: «Fizeram-me isso?». Ora, o atual responsável máximo das águias admitiu entender a reação do seu ex-presidente 

«Estando na situação em que estava, não poderia ter tido outra reação. Não acredito que a sua posição fosse fácil, mas para mim também não foi. Aquela sexta-feira, dia 9 deste mês, o misto de emoções era tal que senti dificuldade em expressar-me como sou. Precisamente pela responsabilidade que estava a assumir e pela situação que o Luís Filipe Vieira estava a viver. Compreendo a reação dele. Luís Filipe Vieira sabe que jamais serei ingrato para com ele. Vivemos momentos muito complicados nestes 13 anos, mas o Benfica viveu momentos muito felizes. Uma coisa é a parte pessoal, outra coisa é o Benfica. Tivemos de separar um pouco as águias para defender os interesses do clube», comentou. 

Por último, Rui Costa assegurou que, se estivesse no cargo na altura, jamais permitiria que o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, gravasse uma reportagem no estádio da Luz.

«Não conheço os contornos que levaram à autorização dessas filmagens, se eu aceitaria ou não, provavelmente não aceitaria. Também não faria no Dragão uma reportagem sobre mim», garantiu. 

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