Jéssica Silva: «Ainda me custa a falta de competitividade da Liga»

14 mar 2023, 00:00
Futebol feminino: Benfica-Sporting (MIGUEL A.LOPES/LUSA)

Jogadora do Benfica explica regresso a Portugal com o amor ao Benfica

Jéssica Silva é uma das jogadoras portuguesas que mais sucesso alguma vez conseguiu no futebol internacional. A avançada jogou nos melhores campeonatos e em algumas das principais equipas da Europa, mas, a meio da época passada, aceitou o convite do Benfica para voltar a Portugal.

Agora, em declarações ao site das águias, a jogadora de 28 anos confessou que a decisão do regresso ao nosso país teve de ser muito ponderada.

«Era uma realidade que me assustava um bocadinho, mais pela parte competitiva, por eu saber que o campeonato não era forte, que havia poucas equipas a investir de forma séria como faz o Benfica. E isso, naturalmente, causava-me alguma ansiedade e muitas noites sem dormir, porque tinha de tomar uma decisão sobre vir ou não vir», começou por dizer.

«Já estou completamente adaptada, ainda que às vezes me custe esta falta de competitividade da Liga, mas é um caminho que estamos todas a percorrer, e eu estou feliz por ajudar no processo de crescimento quer da Liga, quer do Benfica», acrescentou.

Benfiquista desde pequena, Jéssica Silva explicou que foi o apelo do clube do coração a pesar na decisão de voltar, numa altura em que jogava nos EUA, depois de já ter passado por Espanha e França, por exemplo.

«Só voltei a Portugal porque era para jogar pelo meu clube. É especial pela conotação que o Benfica tem para mim e para a minha família: para a minha avó, para o meu avô, para o meu pai. As coisas correrem-me bem, eu sentir-me bem no meu clube, porque já estou adaptada, é especial, é muito bom para mim, deixa-me contente estar a passar uma das melhores fases da minha vida representando o meu clube», orgulha-se.

Ainda assim, a internacional portuguesa lamenta as condições em que ainda se joga na liga feminina e defende ser por aí que tem de começar a evolução.

«Continua a haver sintéticos impraticáveis – eu joguei na Suécia, e aí também havia sintéticos, mas eram incríveis. Acredito que em poucos anos isso seja mudado. Sinto-me desprotegida quando vou jogar a alguns campos, e acho que devemos pensar na proteção das jogadoras. São sintéticos de cimento. Temos de pensar nisso como uma etapa para a profissionalização da jogadora portuguesa», sublinha.

Já sobre o crescimento do Benfica, que esta época chegou à fase de grupos da Liga dos Campeões, Jéssica antevê um futuro risonho.

«Posso dizer que o Benfica, se quiser, em poucos anos poderá estar entre as dez melhores equipas da Europa. Digo isto pela dimensão do projeto, pela qualidade das jogadoras. Isto é um processo, nós temos de continuar a lutar, a trabalhar, a crescer, temos de aprender a olhar também para os outros. Acho, sem dúvida, que somos uma equipa que pode ir muito longe, e em muito pouco tempo», concluiu.

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