Sabry estonteante, Meira irrepreensível

29 jul 2000, 23:51

Destaques do Benfica-Corunha Na derrota «encarnada» diante do campeão espanhol, destaque para a confirmação do «faraó» como ilusionista de serviço e para a segurança do estreante Fernando Meira, um caso sério de personalidade.

BENFICA 

Enke: Adiou por instantes aquilo que a defesa benfiquista há muito ameaçava consentir. A palmada na bola cruzada por Víctor foi providencial e evitou que Pandiani consumasse os festejos que já esboçava. Foi traído pelas costas de um companheiro e mais não pôde fazer senão mirar o percurso do couro até à rede, não perdendo ainda assim uma confiança assinalável para início de temporada. 

Fernando Meira: Começou na defesa, avançou para o meio-campo com as saídas de Kandaurov e Calado, preenchendo melhor um espaço do terreno até aí de absolutismo azul-e-branco e regressou ao posto de origem após a lesão de Ronaldo. Confirmou uma polivalência irrepreensível que amplia as opções de qualidade de Juup Heynckes. 

Sabry: Já lhe chamam mago, faraó e quebra-cabeças, mas Sabry faz questão de aumentar o lote de caracterizações com arranques estonteantes que obrigam os adversários a testar a elasticidade dos rins. O estatuto de vagabundo e a responsabilidade de cumprir as funções até aqui entregues a João Pinto duplicam a incidência dos muitos olhares que já o perseguem e motivam um único reparo: se soltar a bola logo após o drible será certamente mais produtivo para os companheiros. 

Poborsky: Carlitos praticamente não tinha preocupado Romero, o defesa-esquerdo do Corunha que não mais descansou após a entrada do checo. Corre como poucos e progride com a bola nos pés como se esta estivesse encaixada num carril que enleia conforme a direcção da finta que Poborsky quer aplicar ao adversário. Um dos principais responsáveis pela imagem mais positiva dos encarnados após o intervalo. 
 

CORUNHA 

Duscher: A condição física está longe de ser a melhor e condiciona o labor central que o fez saltar do campeão português para o campeão de Espanha. Javier Irureta, contudo, parece decidido a confiar-lhe uma das posições decisivas na estratégia do Depor. Quase marcava no regresso ao lado de cá da fronteira, num remate que Enke parece ter desviado para a linha de fundo com o olhar. 

Hélder: Reavivou a memória dos presentes no 1º de Maio com a tranquilidade e a classe que passeou ao serviço do Benfica e da Selecção. Não deu hipótese a Van Hooijdonk, assegurando, com uma marcação impecável, que o holandês não criasse pitada de perigo. 

Donato: O destaque resume-se com o recurso ao nome de um outro defesa brasileiro bastante familiar aos portugueses. Donato é como Aloísio. Veterano e omnipresente.

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