Dos 11 técnicos que voltaram à Luz, seis conseguiram ganhar títulos nessa segunda passagem. John Mortimore é o caso mais feliz
Bruno Lage está de regresso ao comando técnico do Benfica, depois da aventura entre 2019 e 2020, e não é um caso virgem no mundo dos encarnados: o setubalense é o 12.º treinador a regressar às águias.
E o que nos diz o passado é que Lage chega à Luz para empatar a história ou rebater o velho ditado de que não se deve voltar a uma casa onde já se foi feliz.
Isto porque dos 11 treinadores que o Benfica fez regressar ao banco, seis conseguiram ter sucesso, enquanto os restantes cinco não conseguiram ser felizes na segunda passagem pelo Estádio da Luz.
A história começa com o húngaro Lippo Hertzka, que voltou ao Benfica na época 1947/48, depois de ter vencido três títulos entre 1935 e 1939: na segunda estadia, não festejou qualquer troféu.
Situação semelhante aconteceu a Béla Guttman, o homem que guiou o clube encarnado aos dois títulos de campeão da Europa na primeira passagem, entre 1959 e 1962, mas que não conseguiu replicar esse mesmo sucesso quando voltou, em 1965/66.
Fernando Riera, o primeiro caso feliz
Foi Fernando Riera que começou a equilibrar a balança: o chileno orientou o Benfica em 1962/63, com um título conquistado. Voltou depois de 1966 a 1968 e arrecadou mais dois troféus.
Também Otto Glória teve sucesso nesse capítulo. Se de 1954 a 1959 o técnico brasileiro levantou cinco taças na Luz, voltou a ganhar mais quatro de 1967 a 1970.
Fernando Cabrita interrompeu a série positiva em 1973/74, quando não conseguiu vencer pelo menos um título, depois de ter ganho o campeonato em 1967/68, até que apareceu Mário Wilson: figura de proa da história do Benfica, Wilson somou quatro passagens pelo banco dos encarnados: nas primeiras três conquistou sempre um troféu e só na última ficou em branco.
Neste capítulo, o caso de maior sucesso veio a seguir, com John Mortimore: o inglês venceu um título de 1976 a 1979 e voltou depois entre 1985 e 1987: aí, somou mais quatro de águia ao peito.
Sven-Göran Eriksson, treinador recém-falecido, também se juntou à «festa»: após ter vencido três títulos em dois anos – de 1982 a 1984 –, o sueco voltou à Luz em 1989: ficou até 1992 e festejou mais duas conquistas.
Foi Toni, depois, o último caso de sucesso nestes regressos ao banco encarnado: o antigo jogador orientou o Benfica entre 1987 e 1989, com um título ganho. Voltou em 1992 e ganhou mais dois troféus até 1994, ele que voltou ainda uma terceira vez, já sem títulos.
Jorge Jesus, do mais titulado à saída sem glória
Os dois últimos casos, portanto, não tiveram um final feliz: primeiro José Antonio Camacho, que venceu a Taça de Portugal em 2004 e não conseguiu qualquer título na segunda vez que foi técnico do conjunto da Luz, em 2007 e 2008 e Jorge Jesus.
O agora timoneiro do Al Hilal é o treinador mais titulado da história do Benfica, com dez conquistas, todas conseguidas entre 2009 e 2015. Voltou depois em 2020, ficou até 2022, mas saiu dessa vez sem glória.
Bruno Lage é o senhor que se segue: para equilibrar a balança ou para dar força aos regressos felizes ao Benfica.