Papa Francisco pediu hoje à igreja belga que se aproxime e ajude as vítimas de abusos

Agência Lusa , MM
28 set, 13:40
Papa Francisco (Andrew Medichini/AP)

Francisco chegou na quinta-feira à Bélgica, um país abalado por décadas de casos de abuso sexual de crianças por membros da Igreja e um encobrimento por parte dos superiores

O Papa Francisco pediu, este sábado, à Igreja belga esforços para que as vítimas de abusos se sintam próximas e que lhes ofereçam toda a ajuda possível, durante um encontro com o clero do país, em Bruxelas.

Francisco chegou na quinta-feira à Bélgica, um país abalado por décadas de casos de abuso sexual de crianças por membros da Igreja e um encobrimento por parte dos superiores, que até agora tem marcado a visita do pontífice.

O Papa disse na sexta-feira que os abusos são “a vergonha e a humilhação” da igreja e que só “o perdão deve ser pedido”, encontrando-se depois com 17 vítimas, durante mais de duas horas.

“Depois da confissão de abuso por parte de um bispo (Roger Vangheluwe), o choque social foi grande. Seguiu-se uma avalanche de queixas de vítimas que declaravam, por vezes pela primeira vez na vida, terem sido abusadas em criança por um padre ou religioso. Como muitos cidadãos, ficámos horrorizados, tristes e impotentes. Também nos sentimos chocados e envergonhados como crentes”, disse ao Papa Francisco a política Mia De Schamphelaere, que representa os centros de ajuda às vítimas.

Francisco agradeceu aos centros pelo seu trabalho “na transformação da raiva e da dor em ajuda, proximidade e compaixão”.

“Os abusos geram sofrimentos e feridas atrozes, chegando mesmo a minar o caminho da fé. E é necessária muita misericórdia para não ficar com um coração de pedra perante o sofrimento das vítimas, para as fazer sentir a nossa proximidade e oferecer-lhes toda a ajuda possível, para aprender com elas a ser uma igreja que se torna serva de todos, sem subjugar ninguém”, disse.

Acrescentou que, por detrás da violência, “está o abuso de poder, quando usamos os nossos papéis para esmagar ou manipular os outros”.

Ouviu também o testemunho de um padre que trabalha nas prisões e disse que “ninguém está perdido para sempre”.

“É correto, então, seguir os caminhos da justiça terrena e os itinerários humanos, psicológicos e penais; mas o castigo deve ser um remédio, deve levar à cura. As pessoas precisam de ser ajudadas a reerguer-se e a encontrar o seu caminho na vida e na sociedade”, afirmou.

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