“Há algum médico a bordo?” Aisha respondeu e acabou com uma recém-nascida nos braços

15 jan 2022, 18:54
@AishaKhatib

Durante um voo com destino ao Uganda, uma médica foi chamada a realizar um parto a 35 mil pés no ar

"Ao aproximar-me vejo uma mulher deitada no banco com a cabeça voltada para o corredor e os pés colados à janela. E o bebé estava a sair!", conta a médica Aisha Khatib. O momento foi de absoluto pânico. Pela imprevisibilidade do momento, mas também por o nascimento, mais tarde apelidado de “milagre”, acontecer em pleno voo. 

Uma hora antes, Khatib, com os olhos turvos de um horário de trabalho extenuante em Toronto, onde esteve na linha da frente na luta contra o coronavírus, estava a descansar, enquanto viajava do Catar para o Uganda. Tinha os olhos prestes a fechar quando o intercomunicador do avião soltou um apelo: “Há algum médico a bordo?”, perguntou uma assistente de bordo.

Sem hesitar, a médica levanta-se e vê “uma multidão de pessoas reunidas em torno de uma paciente”. Ao ver o estado da mulher, Aisha Khatib assumiu tratar-se de um caso crítico, como um ataque cardíaco, contou à BBC. 

Mas foi só quando se aproximou da mulher que viu o que se passava: estava a dar à luz. Khatib foi ajudada por dois outros passageiros - uma enfermeira oncológica e um pediatra dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).

A médica conta que só descansou quando o trabalho de parto acabou e, finalmente, envolveu a bebé nos braços. Após uma verificação rápida, ela passou a criança ao pediatra para uma inspeção mais detalhada. "Olhei para a bebé, e ela estava estável, e olhei para a mãe e ela estava bem", conta Khatib à BBC.

“A melhor parte da história é que ela decidiu dar o meu nome à bebé”. A criança, que nasceu no dia 5 de dezembro, ficou com o nome Miracle (milagre) Aisha. Em retribuição, a médica entregou à mãe da criança o colar de ouro que tinha ao pescoço e que exibia o nome Aisha escrito em árabe.

"Lembrei-me de lhe dar ela esta pequena lembrança da médica que a ajudou nascer a  35 mil pés no ar enquanto sobrevoava o Nilo”, recorda.

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