As taxas Euribor estão a cair significativamente em agosto, uma tendência que, a manter-se até ao final do mês, levará a que se registem as maiores quedas mensais em muitos anos. O resultado será também uma forte queda da prestação a pagar ao banco para quem tenha o contrato de crédito à habitação a ser revisto em setembro. Confira o seu caso
A convicção de que o Banco Central Europeu (BCE) vai continuar a descer as taxas de juro está a levar a uma forte descida das taxas Euribor. Esta tendência já se regista desde o final do ano passado, mas em agosto acentuou-se significativamente. E apenas com os primeiros 20 dias do mês decorridos, a média mensal da Euribor 3 meses, 6 meses e 12 meses está a cair face ao mês anterior a um ritmo que já não se registava há mais de 10 anos no caso dos dois prazos mais curtos.
O benefício mais imediato desta descida de taxas recairá sobre os detentores de contratos de crédito à habitação que sejam revistos em setembro. A manter-se esta tendência, a redução na prestação a pagar ao banco poderá mesmo chegar a quase 100 euros nos contratos de maior valor e que estejam indexados à Euribor 12 meses.
E tudo aponta para que esta tendência se vá manter. Um inquérito feito pela agência Bloomberg a vários observadores de mercado aponta para que a instituição liderada por Christine Lagarde venha a cortar as taxas de juro mais seis vezes até ao final do próximo ano. Algo que a acontecer acabará por se refletir nas taxas Euribor.
Certo, para já, é que a descida de taxas em agosto vai refletir-se nos contratos que sejam revistos em setembro. E se a média das Euribor em agosto fosse a que se regista hoje, apenas com 20 dias do mês decorridos, a queda na prestação seria significativa. Para um contrato de 200 mil euros, indexado à Euribor 12 meses e um spread (margem do banco) de 1%, a queda da prestação ficaria muito perto dos 100 euros. Se analisarmos o mesmo exemplo, mas indexado à Euribor 6 meses, o indexante que atualmente é mais utilizado em Portugal, então a queda na prestação a pagar ao banco seria de mais de 50 euros.
Apesar desta descida que agora se perspetiva, os detentores destes contratos ainda continuariam, no entanto, com uma prestação bastante mais alta do que aquela que pagavam há dois anos, altura em que as taxas de juro, apesar de já terem começado a subir, ainda se encontravam a níveis mais baixos.
Confira o seu caso.
Quanto já aumentou e como vai evoluir em setembro a prestação da casa
Empréstimo a 30 anos com spread de 1% || Dados de agosto apenas até dia 20
EURIBOR 3 MESES
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EURIBOR 6 MESES
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EURIBOR 12 MESES
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Nota: Os cálculos partem do princípio de que há dois anos o capital em dívida era de 50, 100, 150 ou 200 mil euros, consoante o exemplo, e que o prazo de pagamento era de 30 anos, com um spread de 1%. A partir desse ponto, a cada revisão do contrato, aplica-se a taxa de juro correspondente e diminui o montante em dívida e o prazo de pagamento do crédito.